Estava navegando pela minha timeline do Facebook e vi uma reportagem da Vogue que falava sobre os projetos sociais com os quais Pharrell está envolvido. Achei bem legal, mas logo após apareceu uma matéria da mesma revista sobre Beyoncé, porém nada relacionado ao seu trabalho. O post destacava apenas que ela tinha chamado atenção em um evento por conta de seu decote! Foi neste momento em que eu pensei: “Opa! Tem alguma coisa errada aí”.
Tenho notado que as publicações de moda estão dando um show de machismo. Fulana chamou atenção por conta do decote, fulana mostra mais do que devia no red carpert, fulana vai sem calcinha pro evento, são os exemplos de chamadas que são vistas nas redes sociais e que levam para artigos que apenas exploram as imagens de atrizes e artistas de forma degradante.
Há tempos não vejo uma boa reportagem que retrate mulheres que se destacam em determinada indústria. O exemplo que citei no primeiro parágrafo, de Pharrell e Beyoncé, mostra isso claramente. Porque não falar também sobre o ativismo feminista da cantora ou sobre os trabalhos sociais que ela faz? Ou até mesmo sobre o sucesso estrondoso que ela tem no ramo do entretenimento?
Muita gente está pensando: “Ah! Mas é uma revista de moda, tem que falar de roupa mesmo!”. Gente, pelo amor de Deus! Você pode falar de moda, ou sobre o que a atriz ou o ator estava usando, sem recorrer a este tipo de abordagem. E outra coisa, a moda não é só isso, ela vai muito além do que além dos red carpets.
Apesar desse cenário, algumas edições estão começando a seguir outro caminho, com baby steps, porém já é um começo. A Cosmopolitan, por exemplo, fez um vídeo onde fazia perguntas sexistas, geralmente direcionadas as mulheres, a Mark Ruffulo. Nele, o ator ficou claramente desconcertado com o interrogatório superficial e muitas vezes não conseguia nem responder.
Outra que também deu um grande passo foi a Elle, que deu um show com suas capas comemorativas de 27 anos. As fotos a seguir são do ensaio que está no recheio da edição, onde são retratadas as belezas de diferente biotipos femininos.
Precisamos de uma mudança! O poder de comunicar é muito importante para continuar sendo levado dessa forma misógina. Moda não deve ser sinônimo de machismo.
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A Elle tá só amor, espero que esse posicionamento persevere e inspire outras revistas e portais a enxergar esse momento de empoderamento feminino em busca de direitos iguais. <3