Por 15 anos, da minha adolescência até 2015, eu tinha vergonha do meu corpo. Era baixinha, da cintura fina, quadril avantajado (herança dos Viegas) e muito, muito busto. Busto do tamanho que ninguém da família tinha. Do tamanho que, tardiamente, descobri que cabia muito bem nos sutiãs plus size, necessitando de grandes ajustes nas costas. Fazer atividade física era um suplício, usar uma roupa justa era sinônimo de arrancar todos os tipos de olhares (ahh, o machismo!).
Daí que eu me escondia de um jeito que sabia que não era legal. Então, tomei coragem e fiz uma cirurgia plástica, uma mamoplastia. E não, não tenho vergonha disso. Inclusive, falei abertamente sobre todo processo na série Meu Segundo Primeiro Sutiã, publicada aqui e no nosso canal no YouTube – aproveita e se inscreve no nossa canal!
Infelizmente, o procedimento não atingiu um resultado satisfatório. Continuei com meus 1,54m e ainda vestindo sutiã 48. Não sei se foi erro médico, se não soube me expressar, se realmente houve algum problema. Anyway, respirei fundo de novo e fui pra faca novamente, no final de 2016.
Hoje, um pouco mais de um ano depois, eu aceito fazer esse tipo de foto do início do post. Pra muita gente, pode ser vulgaridade. Pra mim, é liberdade. É a liberdade de que, finalmente, aos 30 anos, eu me aceitei. Sim, ainda reclamo que preciso perder xx quilos, não vou mentir. Mas, agora, consigo ME ENXERGAR quando me olho no espelho.
E esse nosso editorial foi assim, de aceitações. Todas somos mulheres com corpos bem diferentes. A Marília, magrinha e alta, aceitou todos os looks – inclusive com sutiã à mostra, mesmo não sendo o seu estilo.
A Gabi, que eu conheço há mil anos e já acompanhei várias de suas angústias, colocou divamente seus peitos assim, toda trabalhada no “essa sou eu, e daí?”.
A Júlia, nem se fala. “Júlia, só tem esse decote aqui!” “Então tá, ‘quiridaaan'”, e lá vêm mais peitos.
Natasha, mãe de uma bisnaga gigante, pensou que seu sutiã era tão lindo que ele merecia aparecer mais. E apareceu.
Então, é isso. Mais que um editorial de carnaval, nosso editorial foi de liberdade. De à vontade. De amor. De aceitação. De corpos reais. E, sim, de colocar, com toda a felicidade, os peitos no mundo! É feminino, é pessoal, é sinal de coragem e muito amor (próprio). Os sutiãs são todos da Vovó Quem Fez, que parece conhecer todas nós intimamente.
Que todos tenham um carnaval assim, de muito amor próprio, amor ao próximo, amor pela cidade, pela praia, pela serra. Que seja de muita paz, amor e alegria. Que é isso que, no fim, é o que a gente precisa!
E se quiser conferir todas as fotos do nosso editorial, é só clicar aqui!
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Falei pra vocês que algumas das peças eram um compilado de coisas que eu nunca usaria, né? Mas é por isso mesmo, porque ainda não aceito 100% o meu corpo. Depois dessas fotos me fiquei me achando mais bonita e até apta a usar sutiã sem bojo! Brigada pelo texto, Laris. Sou muito feliz em fazer parte desse time massa e estar aqui tem me feito crescer muito <3
[…] amigas mais próximas e combinamos um ensaio só nosso. O fotógrafo seria o Henrique Kardozo, que sempre faz as fotos do Pintchy e é um […]