A Semana de Moda de Milão, que começou no dia 21 e vai até 27 de fevereiro, tem apresentado muitos conceitos interessantes. Este ano, a Gucci nos surpreendeu trazendo modelos ciborgues que carregavam suas próprias cabeças, ou animais, como acessórios no desfile.
O conceito criado teve como base o “Manifesto Ciborgue”, de Donna Haraway, que fala da contemporaneidade, as misturas de organismos e máquinas, sexualidade e liberdade. Veja um trecho:
“O ciborgue é uma matéria de ficção e também uma experiência vivida (…) A ficção científica contemporânea está cheia de ciborgues – criaturas que são simultaneamente animal e máquina, que habitam mundos que são, de forma ambígua, tanto naturais quanto fabricados. A medicina moderna também está cheia de ciborgues, de junções entre organismo e máquina, cada qual concebido como um dispositivo codificado, em uma intimidade e comum poder que nunca, antes, existiu na história da sexualidade.”
O estilista Alessandro Michelle tinha exatamente a intenção de chocar e quebrar as barreiras entre o que seria masculino ou feminino, artificial ou tecnológico com a coleção. Seres imaginários também invadiram a passarela. Se os conceitos chegarão às lojas que nós, mortais, frequentamos, eu não sei, mas esse evento não vai ser esquecido tão cedo.
Ver essas peças me deixou com a sensação de que as roupas “esquisitas” que eu gosto, aquelas que você não sabe dizer se estavam na sessão masculina ou feminina, serão cada vez mais usadas por aí.
Também fazendo parte do “choque” a passarela era uma sala de hospital. O estilista queria mostrar que, assim como na medicina, a moda precisa fazer cirurgias. Cortar, costurar, remover e adicionar tecidos para fazer uma peça (ou consertá-la).
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