Minha primeira viagem internacional foi para a Argentina, e descobri muito mais do que poderia imaginar sobre o país. Como não poderia ser diferente, vou contar o máximo que puder aqui no Penteadeira, esperando ajudar futuros viajantes e ter feedbacks de quem também já conheceu Buenos Aires e tem dicas para quando eu voltar lá!
Não é necessário passaporte para viajar à Argentina, com o seu RG e o cartão de vacinas atualizado dá tudo certo. Precisei tomar a vacina contra a Febre Amarela antes de ir, mas as outras já estavam em dia. Comprei passagens e hospedagem pelo Decolar.com. Como meu cartão de crédito não tem programa de milhagem, nem o da minha mãe, essa foi a opção mais barata para nós, já que não encontramos promoções. Pagamos cerca de R$ 5.500 incluindo ida e volta e hospedagem para duas pessoas. Ficamos em um hotel 4 estrelas, Broadway, na Avenida Corrientes, bem no centro de Buenos Aires. Essa é minha primeira dica: procure hotéis no centro da cidade. Vai ser mais fácil pegar ônibus, metrô e também conhecer coisas a pé. Em frente ao meu hotel tinha um Carrefour 24hrs, o que facilitou MUITO minha estadia lá.
A primeira parada foi na Feira de San Telmo, o bairro onde fica a estátua da Mafalda. Na feira vimos uma grande quantidade de artesanato, roupas, remédios naturais, brinquedos, sapatos, MUITOS artefatos em couro e prata. Esse lugar também é conhecido por seus brechós (de verdade, com roupa antiga e usada) e tudo muito barato para quem vai do Brasil. Na casa de câmbio do aeroporto, o rela estava valendo 6,50 pesos argentinos. Para tirar foto com a Mafalda havia uma fila enorme, mas organizada. Uma coisa que me deixou feliz pela Argentina foi ver o patrimônio bem preservado.
Andamos de metrô desde o primeiro dia. Lá, para ter acesso ao transporte, é necessário ter o cartão SUBE. Indo às estações do metrô é possível se informar de como fazer. Peguei um emprestado da minha tia, que estuda em Buenos Aires, e com cerca de 400 pesos passamos os 7 dias pegando ônibus e metrô (é o mesmo cartão para qualquer transporte público e, ao subir no ônibus, você precisa dizer onde vai descer, pois a tarifa varia de acordo com a quantidade de tempo que você passa no transporte). Foi MUITO útil e prático para nós, então minha segunda dica é essa: faça o cartão SUBE. Ônibus e metrô são de boa qualidade e não demoram anos para passar nas paradas, geralmente passam em, no máximo, 5 minutos. Tudo climatizado e confortável. Vale a pena.
San Telmo é um bairro de classe média, com muitos prédios lindos, ruas de paralelepípedo, restaurantes típicos, artistas de rua e muitos turistas. Domingo é o melhor dia para visitá-lo, pois é quando acontece a feira, mas nos outros dias da semana a calmaria pode te agradar também.
No mesmo dia, conheci o bairro chino, que abriga lojas e restaurantes de artigos chineses. Ao contrário da Liberdade, em São Paulo, que tem muitas coisas do Japão e Coreia, praticamente não encontrei nada que não fosse da China nesse bairro. É possível comer desde espetinhos, a sushi e lamen, que é um tipo de sopa com macarrão que eu amo. Algumas lojinhas vendem doces, refrigerantes e snacks exclusivos do oriente. Provei um alfajor de marshmallow (quando comprei, nem sabia o que era) e tomei Coco Palm, uma das minhas bebidas preferidas! É um suco de uva com gelatina de coco, bem docinho e uma delícia. Não vende aqui em Fortaleza, então aproveitei para tomar lá. Uma parada bem legal para quem curte bugigangas e comidas diferentes.
A cidade possui muitos parques e monumentos, como a Floralis genérica, uma grande for de metal que abre e fecha, parada certa dos turistas. Ela fica em um tipo de praça com gramado extenso, bancos e espreguiçadeiras de madeira, perfeitas para deitar e ver o movimento da flor. Outro lugar de parada certa e obrigatória é o Obelisco, que fica no cruzamento das avenidas Corrientes e 9 de Julho. Bem iluminado à noite, ele está sempre cercado de turistas, mas como é enorme é muito fácil tirar fotos com ele sem interrupção.
Palermo foi meu bairro preferido, sem sombra de dúvidas. É nele que ficam o Jardim Japonês, o Rosedal, o Jardim Botânico e o restaurante Casa Cavia. Para entrar no Jardim Japonês é preciso pagar cerca de R$ 18 reais, e vale cada centavo. O lugar tem um lago com carpas gigantes, além de alguns gatinhos que dormem nas sombras das árvores. Você pode tirar uma foto fingindo estar no monte Fuji, ver cerejeiras e levar mudas de plantas orientais para casa. Fui na época do Festival Tanabata, que é quando os japoneses acreditam que as estrelas ficam muito mais próximas umas das outras, sendo uma boa data para os apaixonados.
Você pode comprar pequenos cartões e pendurar em um mural com mensagens e desejos de amor. É um costume fofinho do Japão. A lojinha do Jardim Japonês vende leques, doces, roupas, chaveiros, canecas, sinos dos ventos, bótons, lanternas de papel e muitas outras coisas lindas. Há também um restaurante típico lá dentro, dá para passar uma manhã inteira admirando o jardim e depois comer lá mesmo.
O Jardim Botânico é enorme e dividido em regiões e países, tendo exemplares de plantas do mundo todo, além de algumas estátuas e fontes. Não é permitido arrancar flores ou frutos, assim como andar sobre a grama. Existem bancos pela trilha onde é fácil encontrar casais namorando.
A Casa Cavia, bem próxima do Jardim Botânico, oferece do café da manhã ao jantar e é um lugar lindo. Tomei um chá de flores lá com um bolinho úmido de chocolate belga, cerca de R$ 35 no final. Uma funcionária guardou nossos casacos, nos atendeu muito bem, apesar do nosso espanhol iniciante, e ainda nos mostrou o lugar. Muito lindo. Conheci enquanto vasculhava o instagram atrás de lugares para conhecer. Vale a pena dar um pulinho lá e tomar um té (um chá), principalmente se, como eu, você resolver conhecer a capital porteña no inverno.
Por último, em Palermo, conheci o bosque que abriga o Rosedal, um dos lugares mais lindos que já vi em todos esses 23 anos de vidinha. A visitação é gratuita. São cerca de 18 mil roseiras distribuídas no local, muitos passarinhos, fontes, um grande lago cheio de patos e gansos onde é possível andar de barco e pedalinho e estátuas de poetas da Argentina e do mundo, como Dante Alighieri. Mesmo no inverno, havia muitas flores, e os funcionários do bosque estavam podando as roseiras e dando rosas aos visitantes. Não é permitido entrar com animais nem alimentar os que vivem lá.
Confesso que não aproveitei a noite de Buenos Aires como deveria. Passava o dia inteiro andando e, à noite, só queria comer e dormir, mas isso me proporcionou conhecer muitos pequenos restaurantes do centro, comer empanadas e andar mais um pouco. Minha mãe, no entanto, foi a um show de tango em San Telmo e se divertiu bastante. Se você gosta, vale a pena pedir indicações no hotel e conseguir alguns descontos. O pacote do tango inclui traslado, jantar e show.
Agora estou dividida entre Palermo e Recoleta sobre meu bairro favorito. A Recoleta abriga um famoso e enorme cemitério onde fica o túmulo de Evita Perón. Em frente aos portões começa uma feira, semelhante à de San Telmo, mas que acontece com mais frequência e algumas barracas até aceitam pagamento em real. O Centro Cultural da Recoleta me deixou encantada. É um local que oferece aulas de teatro, canto e outras coisas, além de ter mostras de cinema, shows, instalações e obras de arte dos jovens argentinos. A visitação é gratuita, interessante para pessoas de todas as idades, com conteúdo interativo e várias áreas com sofás, espreguiçadeiras e bancos para descanso. Joguei pebolim enquanto passeava pelo espaço também 🙂 Perto do Centro Cultural há uma gelateria Freddo (maravilhosa), vários restaurantes típicos, um shopping, Starbucks, muita gente passeando com cachorros (lindos), paradas de ônibus e metrô. Um lugar imperdível!
Porto Madero é um lugar interessante. Lá, além da gastronomia, você pode andar de barco e visitar um barco-museu muito legal, principalmente para crianças. Buenos Aires preserva bem a sua história e isso é massa.
Não faltam museus pela cidade e escolhemos dois para conhecer: o Museu Nacional de Belas Artes, onde vimos Rodin, Tarsila, artistas do mundo inteiro divididos de acordo com a evolução das artes; uma coleção bem legal de arte da Bulgária e Holanda e andamos muito, porque o lugar é enorme. O outro foi o Museu de Arte Latinoamericana de Buenos Aires, onde você vai ver mais arte moderna. A exposição permanente, VERBOAMÉRICA, conta a história viva da nossa América Latina através de esculturas, pinturas e experiências. Também há, por exemplo, um museu dedicado a Evita Perón, o Museu da Mulher e muitos outros, mas nos faltou tempo. No entanto, posso afirmar que arte não falta na cidade.
Há Wi-Fi livre em vários pontos turísticos, dentro dos ônibus e do metrô também. Não é necessário cadastro para acessar, e a velocidade é mediana, deu para aguentar bem nos passeios, postar fotos e stories. Meu namorado comprou um chip de uma operadora local, a Movistar, e tinha 3g de qualidade com Whatsapp de graça. Custou cerca de R$ 7 e ele colocou R$ 18 para tivar o plano de internet. Durou a viagem toda e ainda sobrou.
O único ponto negativo foi que peguei uma época em que a cidade estava toda em obras. No entanto, a mobilidade não foi prejudicada. Os ônibus seguiam uma rota diferente, para evitar as obras e evitar atrasos.
Essa foi a minha viagem! Tem algum lugar que deixei de ver? Me conta!
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