Literatura Empoderada: o poder do feminino nos livros

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Ilustração de Ben Giles
Ilustração de Ben Giles

No começo do ano, publicamos no nosso Instagram os livros que estávamos lendo. Se você reparou, eu estava lendo o livro sobre Para Educar Crianças Feministas, da autora Chimamanda Ngozi Adichie.

Minha leitura era pelo interesse no assunto (sempre!), porque já contei lá no meu primeiro post aqui que sou uma feminista em processo de empoderamento, mas também porque tinha a intenção de participar de uma roda de leitura que está acontecendo na nossa cidade e que queria contar um pouco para vocês.

A roda, chamadaLiteratura Empoderada, nasceu da ideia de 4 mulheres, Marla, Raquel, Isabela e Gisleuda. Mulheres que gostariam de discutir o feminino e o feminismo através da literatura. Conversei com uma delas, a Marla Pontes, que me explicou que o desejo também partiu de um vazio que existia na cidade. Uma roda que discutisse o feminismo, mas sob a perspectiva de rodas de leitura, pois rodas de discussão feministas já existem, como por exemplo o Coletivo Luz de Dandara, do qual ela também faz parte.

Eu e Elis curtindo esse livrinho curtinho e educativo
Eu e Elis curtindo esse livrinho curtinho e educativo

Segundo Marla, a Literatura Empoderada se propõe a trazer tanto a temática, quanto autoras ou personagens femininas e feministas prioritariamente, porém não descartam que um autor homem possa ser discutido no futuro.

Como os encontros são mensais, a escolha das leituras acontece por votação entre os participantes. As idealizadoras colocaram apenas a condição de revezamento: que um mês fossem livros literários (romances, contos, poemas, …) e, no outro mês, livros não literários (autobiografias, ensaios, biografias, textos jornalísticos, …), para que as rodas de leitura não se limitassem apenas como sendo de literatura, pois “como a principal discussão é a questão da mulher, queríamos que essa roda se expandisse também para outros textos”.

Grupo da Literatura Empoderada
Grupo da Literatura Empoderada

Sendo o propósito do grupo estimular a leitura do assunto, a roda acaba por atrair um grupo super-heterogêneo de pessoas, desde famílias inteiras, hétero e homoafetivas, bem como homens e mulheres que estão abertos ao interesse, aprendizado e discussão  sobre essa temática, gerando um fortalecimento da ideia do feminismo através da leitura e do conhecimento.

Mas a ideia não para somente aí. Elas estão amadurecendo um projeto, também mensal, de levar para dentro das escolas públicas o Literatura Empoderada, através de contação de histórias e das próprias rodas de leitura. Marla me falou que essa ideia deve se concretizar ainda no primeiro semestre de 2018.

reunidos no Bru
reunidos no Bru

É lindo de ver que nossa cidade esteja fervilhando com o poder do feminino, seus coletivos, seu empreendedorismo. Isso ainda nos dá um respiro no meio de tanta violência física, psicológica e verbal contra nos mulheres, traz um ar de esperança.

Pra finalizar, falo um pouco sobre o livro dessa última roda, Para Educar Crianças Feministas, que, na verdade, é uma carta da autora a uma amiga, dando sugestões sobre a criação de sua filha. Apesar de bem curtinho, estou lendo, curtindo e pensando cada pedacinho.

Deixo uma frase que foi um ponto bem tocado na roda, segundo a Marla, e que me tocou muito também, que se resume ao conteúdo temático tão atual do livro, a criação de crianças (meninos e meninas) mais independentes e especialmente mais tolerantes às questões do mundo contemporâneo.

para educar criancas feministas boazinhaPara acompanhar a Literatura Empoderada: facebook.com/literaturaempoderada ou @literaturaempoderada no Instagram

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