Moda masculina: Vista essa música!

Você usa o que escuta?

A moda e a música sempre caminharam juntas; uma é reflexo da outra. Nos anos 1960, David Bowie foi sinônimo de elegância e atitude ao criar o estilo dos mods: jovens ingleses que usavam ternos ajustados, gravatas finas e ouviam rock’n’roll.

A moda, é claro, chegou por aqui no movimento Jovem Guarda, copiada por Robertos Carlos e todo o pessoal moderno da época.

Tempos mais tarde, a jovem estilista inglesa Vivienne Westwood pensou em alfinetes, jaquetas de couro e cabelos moicanos; isso, e mais um grupo de músicos rebeldes e tínhamos o Sex Pistols e o movimento punk, que até hoje é inspiração para palcos e passarelas.

Depois houve a grande explosão disco onde tudo era máximo e exagerado. Os cabelos eram tão volumosos quantos as mangas, vestidos e decibéis. Era quase impossível ter certeza se as roupas saíam da noite para as capas dos grandes editoriais ou vice-versa.

Ainda caminhando com a moda, a música dos anos 90 se cansou das badalações e ficou mais intimista e minimalista. Foi a ressaca do exagero da década anterior e apogeu das bandas grunge, que pareciam não se importar com o que diziam os estilistas, mas isso até Marc Jocobs lançar, em 1992, uma coleção inspirada na banda Nirvana (e em outras do gênero) e ganhar as páginas da revista Vogue, o que fez todo mundo desejar uma boa camisa xadrez sobreposta.

Hoje em dia o casamento moda e música está ainda mais forte. Rappers, como o Kanye West desfilam Versaces exclusivos, cantoras lançam coleções em lojas de departamento (Fergie para C&A) e bandas como Interpol e Arcade Fire (foto) são ícones da moda masculina. Por aqui, a banda Pato Fu usa modelos do mineiro Ronaldo Fraga, e a parceria fez crescer as vendas do estilista.

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E já que estamos falando (e muito) de moda e música, ninguém melhor que os DJs para provarem que esse casamento dá certo. Na coluna de hoje, vamos apresentar cinco rapazes que tocam na noite e se vestem com estilo. Dá pra se inspirar:

 Neto Pessoa

Discoteca há seis anos, tocou para um público de 600 pessoas e é responsável pelo sucesso da festa Mind The Gap. Querido dos estilistas, ele também já animou a boate do maior evento de moda do Ceará, o Dragão Fashion.

Fã de camisetas e de um bom jeans five pocket, ele aposta em ícones da cultura pop para animar o visual. Silks de bandas e referências a diretores cultuados como Tarantino e Hitchcock são muito legais pra usar em uma balada mais casual e uma escolha certeira.

Neto, que define seu estilo como “alternativo” usa braceletes de couro e chapéus; os detalhes dos acessórios dão um toque especial. Ele adora as camisetas que vendem na Full Vinyl.

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Daniel Prazeres

Depois de anos animando a noite de Fortaleza ao som de Psycho Killer, da banda Talking Heads, hoje ele toca em São Paulo e faz parte do duo de DJs Missin’link. “O que você veste está naturalmente ligado ao que você escuta”, afirma.

O DJ e produtor cultural adora o trip hop do Portishead e gosta de se vestir confortavelmente. Ele não tem muita paciência para escolher roupas. Se você é assim, faça como ele e escolha peças-chave com cores bem distribuídas.

Xadrez e listras são eternos e  bem práticos na hora de comprar e usar. Para um visual mais urbano e sofisticado, sobreposições funcionam bem. Ele adora.

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Heitor Chaves

Ele faz parte do duo On The Bass, In The Drums, que faz sucesso no interior do Ceará e lota clubes em Iguatu, Quixadá e Juazeiro do Norte. O repertório vai de Azealia Banks a Nirvana, mas confessa estar ligado a tudo de novo que é lançado na música e na moda. Para isso ele recorre a sites especializados e assina revistas de moda.

Dono de um estilo menos tímido, ele prefere customizar as próprias roupas e garimpar em brechós. Diz que encontra peças que são tendência (já que a moda se repete muitas vezes) e por um preço mais em conta. Para isso, é preciso ter bastante informação de moda, não custa nada dar uma pesquisada antes (aqui eu falei sobre as tendências para o verão 2013).

Para uma t-shirt branca se transformar em uma peça moderna, basta fazer como ele,  recorrer a uma serigrafia e estampar o seu estilo. Valeu a dica, né?

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Fernando Pinheiro, o DJ Dado

De Edward Shapes a Interpol, quem determina é a energia da pista. Ninguém para de dançar quando ele assume o som. Residente no Acervo Imaginário, nas festas Indie Nation e Fliperama, Dado foi responsável pelas noites mais divertidas de Fortaleza no finado Noise 3D Club.

Ao contrário do seu estilo musical, ele não gosta de vestir nada que chame muito a atenção. Calças de corte reto, camisas de bandas e tênis Adidas são, na maior parte das vezes, a escolha do DJ para sair a noite.

Para conseguir um visual básico e ainda assim bacana, nada de calça juntando tecido sobre o tênis ou camisas folgadas demais. Dado compra na TNG e na Hering. A dica é juntar uma atitude rock’n’roll ao look!

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Darwin Marinho

Caetano Veloso, Jorge Ben e Bob Dylan são as referências musicais do DJ que toca na Fertinha e no Mambembe, locais que reúnem até 800 pessoas. Ele assumiu as pick-ups há um e meio, e a música Magrela Fever, do cantor Curumin, é o hit do seu repertório.

Ele adora estampas ultracoloridas e as usa sem medo. Frutas, animais, flores fazem par com calções coloridos. Darwin é tropical e também escolhe roupas com tecidos mais leves. Ele adora linho.

Eu acho muito bacana esse estilo meio retrô, lembra as roupas que o Chico Buarque usava na capa dos discos antigos. A dica é comprar em brechós ou achar uma boa costureira (as meninas do blog já fizeram um post sobre costureiras em Fortaleza!).

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Então, dá para saber o que a pessoa escuta pelo que ela veste? Se identificou com o estilo dos rapazes?

Qualquer dúvida, pergunta ou sugestão, pode entrar em contato com diegojgregorio@gmail.com.

No instagram eu sou @diegojgregorio.

Abraços e até a próxima,

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