O Dragão Fashion Brasil (DFB) chega à sua 15ª edição como um bom filho e retorna à casa onde começou: o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), numa homenagem a Chico da Matilde, como as meninas já falaram aqui.
Eu, como vou ao evento desde suas primeiras edições, não poderia perder esse retorno e fui conferir o que rolou por lá para nós, rapazes.
Os looks masculinos mostraram, no geral, com as particularidades de cada marca, um homem mais maduro e sofisticadamente corajoso. A alfaiataria esteve presente em quase todas as coleções, como se o público tivesse crescido junto com o evento e se preocupasse mais em ser feliz que agradar a todo mundo.
♦ Lino Villaventura
Para comemorar seus 35 anos de carreira, Lino criou uma coleção cheia de memórias pessoais. O homem é ousado e valente. Usa cores sombrias mas não se poupa de brilhos. Canutilhos e pastilhas de metal foram aplicados tanto nas camisas quanto nas calças. O homem é sério, mas também quer brilhar.
Ponto alto: os sapatos bico fino com aplicação de pastilhas de metal.
♦ Jadson Raniere
O homem proposto pelo estilista é o verdadeiro homem urbano, ele não tem medo de ousar e é capaz de usar referências femininas sem perder a masculinidade, como a saia desconstruída em alfaiataria ou as meggings por baixo de bermudas. A coleção foi inspirada nas aves (ou nas penas das aves), muito bem usadas em aplicações nas camisas Oxford. As estampas se repetiam nas calças e camisas, formando excelentes conjuntos. Eu desejei tudo!
Ponto alto: Camisa Oxford preta com aplicação de penas.
♦ Ronaldo Silvestre
O desfile me ganhou primeiro pela trilha, um som meio folk rock abriu a passarela para uma coleção linda e me convenceu que até patchwork pode funcionar bem se tiver talento e bom gosto envolvidos (o estilista criou uma geometria fantástica com os recortes). Os looks masculinos ora me lembravam os judeus ortodoxos, com blazers estruturados e cartolas, ora camponeses do sul dos Estados Unidos, misturando o índigo com estampas florais. A coleção foi confecionada com tecidos sustentáveis em comunidades carentes no interior de minas. Ponto pra ele!
Ponto alto: blazer com shortinho estampado ao som de Princess Chelsea – The Cigarret Duet.
♦ Weider Silveiro
Laranja, branco e preto foi a aposta de Weider Silveiro para essa coleção, que mostrou que o futuro pode ser agora. A modelagem masculina é mais ampla e minimalista aqui, e a sensação é de que as roupas podem ser usadas tanto por homens quanto para mulheres sem muita preocupação. Weider também usou megging por baixo de bermuda, legitimando a tendência. Será que rola fora das passarelas?
Ponto alto: Casaco de tricô.
♦ Lindebergue Fernandes
Homens cabisbaixos e de coração cheio invadiram a passarela de Lindebergue Fernandes. A caveira sertaneja, marca consagrada do designer, esteve presente nos detalhes da coleção que teve como tema os portões. Nos portões é que esperamos a volta do nosso grande amor. A camisas, ora curtas, ora compridas ao extremo se sobrepunham com desenhos de portões, arestas e arabescos e combinavam com bermudas de flores.
Tudo romântico e dramático. Os modelos também usaram blazers estruturados, mas a atmosfera lúdica, sempre presente nas criações de Lili, permitiu que estilhaços de vidro fossem aplicados às lapelas, representando algo que em algum momento se quebrou pelo caminho. As calças, objeto de desejo dos rapazes que acompanharam o desfile, tinham um corte seco e perfeito, com pequenos pontos luminosos aplicados por todo o tecido. Será que quer dizer uma luz no fim do túnel?
Ponto alto: Tudo!
♦ Leitmotiv
Pela segunda vez no Brasil, a grife italiana trouxe ao DFB a coleção Universo Elegante. Jovem e urbana, a marca falou da sincronia do universo. Isso esteve presente na mistura dos padrões: estelares, xadrez e étnico (que eu adoro), tudo ao mesmo tempo e funcionando. Como a marca é de fora e tinha peças de 2012, senti dois problemas: as roupas em lona e couro são impossíveis de usar aqui, e as estampas estelares e étnicas foram muito saturadas em blogs, tumblrs e editoriais.
Ponto alto: Bolsas mochilas.
♦ Mario Queiroz
Mario Queiroz sabe criar roupa para rapazes, isso é um fato. A coleção trouxe o clássico tema navy. Mas ele não parou por aí, misturou piratas na passarela, e mais uma vez os rapazes usaram saia. Alguém tem coragem?
Como a alfaiataria foi mesmo a protagonista dessa edição do DFB, os rapazes usaram blazers inspirados no uniforme da marinha e combinaram com microshorts, sungas e calças bem cortadas. E nos pés dos marinheiros que ganharam a cidade: alpargatas confortáveis.
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Gostaria de agradecer à assessoria do DFB, que nos recebeu com muita atenção e tornou essa cobertura possível. Obrigado, 2.Com!
Rapazes, e para completar a participação do Penteadeira Amarela no Dragão Fashion Brasil, hoje às 19h, no Espaço O POVO, vamos conversar sobre como o homem contemporâneo assimilou as influências da mídias audivisuais com o passar do tempo. Complicado? Você vai ver que não. Até lá.
Qualquer dúvida ou sugestão: diegojgregorio@gmail.com
No Instagram eu sou: diegojgregorio
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Caro,vc mais uma vez abrindo od portões da minha emoçäo.Obg.