Você já ouviu falar sobre o movimento que se diz ser o novo punk? São os seapunks. Eles surgiram no final de 2012 e vêm se fortificando. A moda ainda não é nenhum tsunami, mas já tem muita gente pegando essa onda.
Os seapunks, na verdade, são uma mistura de muitos estilos (internet, música e moda). Eles usam características estéticas punk e tudo o que é relacionado ao fundo do mar. Também apostam no Do It Yourself (DIY), adoram customizar suas próprias roupas e são fãs da cultura dos anos 90 e da estética clubber.
O barulho surgiu na internet, foi encorajado pelo universo da música eletrônica e espalhado via tumblr. Marco Aurélio, estudante de Letras na Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central, é simpatizante desse estilo e diz que conheceu o seapunk através do tumblr: “O tumblr era undergound, quase ninguém usava, mas eu ficava curioso quando via aqueles montagens toscas. Logo percebi que era um estilo e que eu me identificava”.
O “estilo tosco” a que Marco Aurélio se refere são as montagens que os adeptos do seapunk fazem para postar nas redes sociais, uma marca forte de quem aderiu a essa moda. O movimento também é inspirado no mundo do design, e o bacana para essa tribo é usar o Paint para editar suas fotos, deixando a edição com aspecto amador, assim como usar o chroma key. É como se a tecnologia renegasse a tecnologia.
A música também ajuda a compor o estilo dessa galera, a banda escocesa Unicorn Kid é uma das maiores referências no assunto. Segundo Marco, eles misturam “uma natureza mágica com música eletrônica”. As cantoras Grimes e Azealia Banks, Zombelle e o DJ Ultrademon também fazem parte desse universo.
Para Lucas Magno, jornalista de moda, o visual é bonito, mas a ideia é confusa: “É só uma reinvenção de algo que já existiu. Vai durar? Talvez, mas em breve ele vai perder força e voltar três anos depois com outro nome. Adoro mesmo é essa coisa de pegar uma estética meio 90s”.
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Quer se render ao seapunk? Veja como compor o estilo:
♦ Cabelos: corte moderno, pintado de azul, turquesa ou verde.
♦ Customize: pegue uma camiseta branca e desenhe o símbolo do smile, escreva uma frase cibernética ou desenhe um animal marinho. Você nem precisa desenhar bem, o “trash” para o seapunk é bem aceito.
♦ Estampas: as coloridas são as melhores. Desenhos da Disney (você pode procurar moletons antigos nos brechós), cultura pop dos anos 1990, ícones do seapunk, corais, yin-yangs, fundo do mar, animais marinhos e tudo que seja marítimo.
♦ Inspiração: mangás, sereias, cyberespaço, golfinhos, trash, sintético, ETs, montagens mal feitas. Fuck the fashion.
♦ Acessórios: óculos espelhados, tatuagens de animais marinhos, pulseiras e pingentes coloridos (é preciso que seja de acrílico ou plástico), gargantilhas de spike e muitos piercings.
♦ Make: o verde, o azul e o turquesa são as cores do movimento, mas makes escuras são bem-vindas.
♦ Ideologia: seja livre, a vida é uma praia.
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E aí, curtiu o estilo e vai pegar essa barco?
A minha dica é que, se você passou dos 16 anos, invista em um elemento ou outro e acrescente ao seu estilo. Essa moda só fica bem em quem é bastante jovem. O seapunk ainda vai fazer algum barulho, mas acho que vai morrer na praia.
Escute depois de ler: a rave marítima de Zombelle.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=DfuH-rPvJoo[/youtube]
Espero que tenham gostado. Qualquer dúvida ou sugestão: diegojgregorio@gmail.com
No instagram eu sou @diegojgregorio
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Inovar…é necessário…estudar ainda mais.
Gostei da matéria…Mas nada de pensar em tudo isto no momento.
Sucesso Diego Gregório.
Muito interessante.
O problema do movimento é a viabilidade difícil de realmente se enquadrar, pois exige mudanças muito drásticas como piercing, tingimento capilar e tatuagens para realmente atingir o objetivo, além do mais, parece mais uma caricatura, um personagem, que apenas um estilo de se vestir.
Ademais, achei muito interessante, irreverente e alegre. Adoro temas marinhos, mas não iria muito A FUNDO nessa moda, haha.
tsc
apenas acho que deveria ter tido uma pesquisa sobre, e acredito que não é legal expor um movimento que não quer ser massificado.
Milton, soube que você é um representante desse movimento em Fortaleza, tentei entrar em contato com você por meio do seu amigos e colunista de moda, Lucas Magno, uma pena não ter conseguido. Espero que tenha gostado da coluna, rs, abraços!