Eu, Tonya é um dos indicados ao Oscar 2018. Estrelado por Margot Robbie e dirigido por Craig Gillespie, o filme conta a história da patinadora americana Tonya Harding, a primeira atleta a realizar um triple axel na história da patinação no gelo.
Este texto contém spoilers.
Atleta desde os quatro anos de idade, Tonya veio de uma família desestabilizada e tinha a patinação como um escape. Foi obrigada, pela mãe, a largar a escola para se dedicar 100% ao esporte e aos 15 anos conheceu o futuro marido, Jeff Gillooy, que seria seu acompanhante e suporte durante todo o futuro de sua carreira.
Após ser esfaqueada pela mãe, Tonya saiu de casa para morar com Jeff e não encontrou a paz que esperava, já que o marido a espancava diariamente. No entanto, por poder continuar treinando, ela continuou casada.
Isso lembra alguma história que você conhece?
A maior questão do filme é esta: Jeff contrata uma equipe para enviar cartas ameaçadoras para a maior rival de Tonya, Nancy Kerrigan, mas os capangas resolvem não enviar as cartas e, sim, machucar o joelho de Nancy, que fica abalada e fora de algumas competições.
Jeff tenta desfazer tudo, mas acaba piorando a história e vai para a prisão. Tonya é processada e perde o direito de participar de qualquer competição de patinação, além de ter sua imagem manchada para sempre.
Isso tudo me lembrou como nós estamos sempre vulneráveis a qualquer ação masculina, principalmente quando essa ação envolve violência. Eu, Tonya me lembrou muito um filme de 2013, Lovelace, que conta a história da atriz do filme Garganta Profunda.
Linda Lovelace (Amanda Seyfried) sai de casa muito cedo para morar com Chuck (Peter Saarsgard) e é abusada sexualmente por ele desde antes do casamento. Num desses abusos, Chuck descobre que Linda pode ser uma ótima atriz pornô e a convence a fazer um filme porque, assim, ela poderia ser uma grande atriz no futuro – o sonho da personagem.
Ela gravou Garganta Profunda, que conta a história de uma garota que tem o ponto G na garganta, e o resto vocês já devem saber. Ficou muito famosa com isso, ganhou muito dinheiro, mas nunca pôde tocar em nada, já que o marido tomava conta de tudo.
Linda nunca gravou outro filme nem conseguiu desvincular sua imagem ao pornô. Precisou passar por um detector de mentiras para ser autorizada a contar a própria história em um livro e, mesmo assim, a sociedade americana insistiu em tratá-la como uma pessoa ruim, enquanto Chuck continuava vivendo sua vida normalmente.
Para conseguir ter uma vida um pouco normal, Linda mudou de sobrenome e de cidade.
É muito difícil ser mulher, né?
Mas, voltando a falar de Eu, Tonya, acredito que o filme não levará o Oscar, apesar da atuação INCRÍVEL de Margot. Vamos esperar.
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