Entrevista exclusiva: Fernando Torquatto

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Fotógrafo, maquiador e o responsável pelo corte de cabelo, tipo de make e cor de esmalte que você vai querer usar amanhã. Fernando Torquatto falou com exclusividade ao Buchicho de hoje. Conversei com ele por telefone por um tempão. Ele é tão simpático, inteligente e atencioso!

Na entrevista, Torquatto conta como se tornou o criador de divas da Globo, fala sobre o que vai pegar em termos de make nos próximos meses e tira nossas dúvidas sobre maquiagem HD (é ele quem assina a linha fina Make B., de O Boticário). Aqui vai a entrevista na íntegra!

O POVO – Foi com seu pai que você aprendeu o amor pela fotografia?

Fernando Torquatto – Ele viajava para construir navios fora do Brasil. Ficava três meses num lugar e, quando voltava, trazia fotos das pessoas. Esse era o hobby dele. Eu via aquele cuidado com a câmera, era uma relação muito bacana. Era uma possibilidade de eu ver algumas coisas do mundo através do olhar dele. Fui ficando com aquela cultura de fotografia, instintiva, orgânica, somada à influência da minha mãe, que gostava de cinema, filmes antigos. Quando percebi, estava sensível para a imagem.

OP – Quando veio a maquiagem?

Torquatto – Também desde garoto. Quando eu tinha uns sete anos, copiava rostos de revista. Por eu desenhar, acabei escolhendo a faculdade de Comunicação Visual, não que eu achasse que era o curso da minha vida, mas era mais abrangente, tinha fotografia. Eu me interessei por gente, por retratos e fiquei com vontade de maquiar as meninas, deixá-las mais bonitas. Um diretor comercial viu umas fotos minhas, eu comecei a trabalhar com publicidade e depois veio a moda.

OP – Uma atividade complementa a outra, mas tem uma que você goste mais, fotografia ou maquiagem?

Torquatto – São complementares e as duas têm a ver com o meu olhar. Não tem uma coisa mais importante que a outra, mas a maquiagem foi um fio condutor na minha vida toda, como fotógrafo, apresentador e o que eu for fazer.

OP – Quando você era criança, cantava em coral. Soube que você, há pouco tempo, chegou a gravar até um CD-demo. O lado cantor deve voltar à sua vida?

Torquatto – Eu adoro cantar, mas não sei. Me parece tão distante… Acho que eu já faço muita coisa. Cheguei a gravar esse CD, mas parece que eu realizei uma boa parte desse desejo. Isso para mim já foi muito bacana. Mas, se surgir o jeito certo, pode ser que eu faça alguma coisa. Não me faz falta, está num lugar guardado, mas não me deixa frustrado não fazer.

OP – Você é uma pessoa do mundo da moda. Se preocupa muito na hora de se vestir? Procura seguir as tendências ou opta por um estilo mais seu?

Torquatto – Moda tem a ver com comportamento. Você se adapta a certas coisas, outras não. Procuro incorporar o que eu gosto. Não vou vestir exatamente o que está na moda, mas o que me agrada, o que é confortável e bonito. Aí eu uso, sim. É divertido também, um exercício bom e mostra que eu sou um cara conectado.

OP – E televisão? Como está sendo a experiência no Superbonita?

Torquatto – Adoro televisão. Me sinto à vontade na televisão. Quando me chamam pra ser jurado, no Caldeirão (do Huck), (Domingão do) Faustão, sou eu mesmo e interfiro onde é necessário. Quando eu tenho a possibilidade de passar uma ideia minha, do modo como raciocino sobre beleza, como enxergo uma pessoa, é ótimo. O Superbonita consagrou essa minha experiência. Adoro fazer o programa, e agora as pessoas sabem como eu sou, como eu falo, é bem como eu sou de verdade. Tenho tido um retorno muito positivo disso tudo.

OP – Você também participou de Ti-ti-ti, mas pensa em atuar algum dia?

Torquatto – A Júlia, mãe do Maneco (Manoel Carlos), disse que eles viram uma foto minha e disseram que eu tinha cara de galã de novela (risos). Desde que comecei a trabalhar na TV Globo, há sete anos, isso permeia a minha vida. Estou superaberto, mas a questão tem que ser espontânea. Se eu dissesse que eu não teria vontade, não seria verdade. Quanto mais trabalho com atores, mais admiro a profissão. Não seria a profissão primeira na minha vida, mas, como curioso e um cara que respeita essa arte, seria incrível ter essa experiência.

OP – Você está sempre entre celebridades. Quais foram as mais lindas com as quais já trabalhou?

Torquatto – Depende. Tem tanta gente bacana, desde Fernanda Montenegro, Marília Pêra, Suzana Vieira, a Glória Pires, trabalhar com todas essas mulheres que têm uma história na televisão é incrível. A gente não acredita que elas são de verdade, são como o Mickey e a Minnie, e eu, ali, interferindo, e elas sendo gentilíssimas. Isso é um sonho de criança. Mas, claro, sempre tenho de falar na Carolina Dieckman, Taís Araujo, Alinne Moraes, a Paola Oliveira, que é uma deusa e um amor, a Camila Pitanga…

OP – Como foi o seu trabalho no visual do elenco de Insensato Coração?

Torquatto – Foi incrível. O Dennis (Carvalho) é um cara com quem eu adoro trabalhar, e ele me dá muita autonomia para poder fazer o que eu acredito. Desenvolvi e criei, foi um trabalho de colaboração. Para mim, estar em um projeto do Dennis, com o Gilberto Braga, figurino da Helena Gastal, e eu entrando de gaiato é incrível. Eles fizeram Vale Tudo, que, de novo, está um sucesso danado.

OP – Quais são as grandes apostas de Insensato Coração? O que deve virar moda e ganhar as ruas?

Torquatto – Baseado na sinopse, eu criei o visual dos personagens, Se é rica, pobre, má, boa, eu proponho cor de cabelo, corte e beleza. Acho que o cabelo da Camila Pitanga vai pegar, já tem muita gente gostando. O cabelo da Deborah Secco também está diferente, um tom superousado de louro, acho que está bonito. Vai ter muita coisinha bacana, que, ao longo do tempo, as pessoas vão percebendo e começando a gostar, como um esmalte cinza clarinho e uma sombra cinza que é superbonita.

OP – O que está em alta para a maquiagem?

Torquatto – A pele continua com a cobertura mais suave. Em termos de sombra, a gente vai desde o grafite, o cinza da moda, que te falei, até o azul turquesa, passando pelos lilases, os bronzes e os beges. Batons desde o vermelho e cores de uva, berinjela, que têm um acabamento inusitado. O batom lilás e tons frios e os nudes continuam na moda.

OP – Em termos de tecnologia de maquiagem, a gente pode dizer que a novidade é a maquiagem HD, de alta definição? Qual a diferença dela para a comum?

Torquatto – A diferença é tecnológica. É um produto de alta definição, com acabamento mais suave, quase natural. É isso que todo mundo quer: ficar bonita e não ficar carregada.

OP – Maquiagem baratinha cumpre o papel ou vale a pena investir em marcas melhores?

Torquatto – Quando você está fazendo pele, tem que ter segurança. Se um produto sair um pouco mais caro, com uma embalagem linda, que você vai tirar da bolsa com orgulho, é um investimento. Uma base vai durar seis meses pelo menos, então vale a pena comprar um produto melhor, que você tem segurança nele.

Alinne Rodrigues

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