Sou fã de carteirinha do (trabalho do) Wagner Moura e quando recebi o convite ontem de participar da cabine de imprensa do filme, me senti lisonjeada. Claro que fui conferir o filme e, de quebra, a coletiva de imprensa com o moço e o diretor do filme, Karim Aïnouz.
A sessão começou pontualmente às 10 da manhã. Não sou crítica de cínema, mas tudo que eu vi, me agradou. A trilha sonora é incrível, a narrativa do filme é bem fluida e a fotografia é muito bacana, principalmente pelo filme se passar em duas cidades queridas: Fortaleza e Berlim.
Sem spoilers, o filme conta a história de Donato (Wagner Moura), um salva-vidas do corpo de bombeiros que não consegue impedir um afogamento. Em meio ao trauma, Donato se apaixona pelo amigo da vítima, o alemão Konrad (Clemens Schick). Em um mix de sentimentos, o salva-vidas decide deixar tudo para trás, inclusive a família, representada pelo irmão caçula Ayrton, para viver uma nova vida em Berlim.
O longa divide-se em três partes. É incrível perceber a evolução de Donato e, principalmente, de seu silêncio. Durante a coletiva de imprensa, realizada após a exibição do filme, Wagner assumiu que esse foi o seu personagem mais complexo, emocionalmente falando.
Durante a conversa com os jornalistas, a equipe do filme abordou temas como:
Cinema nacional e estéticas cinematográficas
“A cinematografia do país é o reflexo dele”, diz Wagner. Os personagens fortes de Karin também foram discutidos, como em O Céu de Suely (foto), suas personalidades atuais e seus desejos de se aventurar no mundo. “A coragem de mergulhar em um mundo que você não conhece (…). O filme é muito isso, e eu acho que é um assunto universal e emocionante”, completa Karim.
Aceitação e interpretações
Apesar de não ter vencido o Urso de Ouro, como Tropa de Elite (foto), Wagner afirma que o filme foi muito mais bem recebido em Berlim. “No Praia tivemos uma crítica consagradora, houve uma onda muito boa. É uma produção alemã também, então foi diferente”, ele diz. Sobre interpretar um cearense, Wagner disse que ficou muito preocupado: “detesto quando uma pessoa faz um bahiano e não faz bem, fico com raiva. Então realmente me preocupei”. Criado quase na fronteira da Bahia com Pernambuco, o ator disse que essa miscelânea de sotaques o ajudou a falar e a entender o que as pessoas falavam.
Preparação para o personagem
O treinamento, ele explica, foi “casca grossa”. “Não sei se como os caras viram que eu fiz Tropa de Elite, botaram para fuder!”, conta, aos risos. Seus treinamentos eram feitos juntamente com os dos bombeiros de Fortaleza.
Performances expressivas
As performances de dança, muito fortes nos filmes do Karim, também fazem parte de seus testes de elenco. “Acho que a música e corpos dançando são muito fortes”, diz o diretor. “Sempre quando eu to no palco, gosto de ser um ator expressivo, de me comportar de uma forma extra-cotidiana”, completa Wagner.
Quem é você?
Nos últimos minutos da coletiva, Wagner falou: “Eu fico muito angustiado quando a gente se apresenta: “‘Eu sou Wagner, sou ator’. Antes de ser ator eu sou tanta coisa! (Isso de) definir o nosso papel social e eu acho tão pouco. E esse filme é um pouco isso: o que deveria ser a nossa jornada, tentar se encontrar, saber quem nós somos e trabalhar para ser quem a gente quer ser. Esse filme tem essa jornada de uma pessoa encontrando com ela mesma”, diz.
O Praia do Futuro estreia em circuito nacional no dia 15 de maio.
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