Esse não vai ser o primeiro nem o último texto na internet que vai falar sobre a ditadura da magreza, o poder das redes sociais e as consequências que isso pode trazer. Mas como também sou dona desse blog e como eu também tenho alguns seguidores, acho interessante batermos nessa tecla.
Não é de hoje que eu acho que Pugliesis da vida usam seu “poder” para influenciar erroneamente as pessoas. Não acho errado uma pessoa gostar de malhar, levar uma vida mais saudável e dar dicas para outras pessoas de como levar essa vida. Mas, como minha mãe sempre falou, tudo tem limite.
Não, não penso que seja normal você deixar de comer um brigadeiro no chá de bebê da sua amiga porque se preocupa com as calorias e com as horas a mais na esteira amanhã. Penso que para tudo há limites. Uma coisa é comer uma panela de brigadeiro todos os dias, outra é aproveitar os momentos. Qual é o problema daquele dia que você ficou com preguiça de malhar e o trocou por um cinema com as amigas?
O que há de mais errado é essa ditadura e essa visão deturpada do belo, em que todas as mulheres (e até homens) precisam ter pernas torneadas e barrigas definidas. Pois é, mas existe um “segredo” que poucos conseguem ver: ninguém é igual a ninguém! eu posso malhar o que eu for, que nunca vou ter o quadril estreito. Por quê? Porque as mulheres da família Viegas tem quadris largos!
Aí você vira e fala: mas Laris, você não está na nutricionista? Sim, eu estou! Mas, para quem está me acompanhando, sabe que a taxa de gordura no meu organismo (pasmem) estava beirando a obesidade! E isso não significa apenas que minhas bordinhas de catupiry estavam maiores, mas que meus problemas de coluna, por exemplo, são consequência de uma musculatura fraca na região, “tomada” pela gordura. Isso sem falar nos riscos de problemas futuros, como de coração.
A busca por uma alimentação saudável ocasiona o emagrecimento, porque você perde as gorduras desnecessárias. E é isso que as pessoas devem buscar. Uma alimentação saudável vai muito além da estética, gerando benefícios no sistema digestivo, na pele, nos cabelos e em muitas outras partes do corpo que eu não sei dizer, mas que sei que existem.
Infelizmente, são esses “digital influencers” como a Pugliesi (que, em muitos casos, não têm embasamento teórico nenhum ) que, ao invés de estimular a saúde, incentivam doenças como anorexia e bulimia. Não adianta apontar dedos, é preciso que cada um coloque a mão na consciência, pense no que está fazendo e reflita: será que é realmente saudável eu trocar um jantar em família por mais uma noite de ovo com batata doce?
Se você acha que está passando dos limites, converse com um médico, nutricionista e até um amigo. Magreza não é sinônimo de saúde. E, às vezes, aquele pneuzinho não está fazendo mal nenhum. Antes de tudo, entenda seu corpo e trabalhe para que ele funcione melhor. As consequências são sempre de dentro pra fora.
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Essa Pugliesi tem um quadril extremamente estreito, tanto que a largura dele é a mesma de sua cintura.
Um país como o Brasil, com forte descendência negra (etnia que tem quadril naturalmente largo) inclusive em mulheres de pele clara, onde o quadril largo não é só comum como presente no corpo de quase todas as mulheres daqui, sendo inclusive estereótipo no estrangeiro ter uma mulher como a Pugliesi referencia de corpo perfeito torna-se uma meta quase irreal para as mulheres que tem problemas de autoestima.
Ela é uma mulher loira, branquinha e magra, seu biotipo só se encaixa no sul do Brasil, mesmo. Eu realmente acho o corpo de mulheres branquinhas como ela mais retilíneo que o de morenas e negras.