Gravidez: Deu positivo!

Nem acredito que já se passaram dois meses desde que a notícia mais linda da minha vida chegou. Era um sábado de manhã, em novembro, quando o Igor soltou: “Só pode estar grávida. Comendo um monte de coisa diferente, chata…”. Fiz uns cálculos rápidos e, mais uma vez, fomos até a farmácia esperançosos. Não foi a primeira tentativa nem o primeiro teste. Só que, dessa vez, deu positivo.

“Ah, deve ter dado errado. Ficou tempo demais, encostou xixi onde não podia”. A gente nunca acredita. Compramos outro teste. De novo, positivo. Fui no Google procurar informações sobre “falso positivo”. Vi que os testes de farmácia podem dar errado, mas são muito certeiros e que é mais fácil dar negativo quando se está grávida do que dar positivo sem estar grávida.

Na segunda, dia marcado pra nossa mudança (saindo de um apartamento pequeno pra uma casa gigante), levantamos cedinho e fomos a um laboratório. Se tá no sangue, é verdade. Ainda esperamos até umas 14h em agonia. Contei pra minha mãe, que não se aguentou e contou pro meu irmão. A torcida já era grande. E aí… deu positivo.

Comemoramos, contamos pra família mais próxima, mas sempre com muita discrição. Tudo pode acontecer, e eu, mesmo me preparando pra este momento, fazendo exercícios físicos, cuidando da alimentação e eliminando 11 quilos pra poder ter uma gravidez mais tranquila, ainda não sou um poço de saúde. Tenho hipotireoidismo, sempre tive problemas hormonais, ciclos irregulares, ovário micropolicístico na adolescência… Enfim, todo o cuidado do mundo ainda seria pouco.

O primeiro ultrassom eu fiz logo com cinco semanas. Meus cunhados são médicos, e ela não conseguia entender como eu já sabia há uma semana e não tinha ido ainda fazer ultrassom. Bom, eu não tinha uma requisição, né? Aí eles me deram. Como era muito recente, o ultrassom não mostrou nada: saco gestacional, gravidez sustentada pelo ovário direito, ainda sem placenta, embrião único e vivo. Único. VIVO. O laudo tinha virado poesia.

A cada semana, acontecia uma novidade. Chegaram os enjoos e vários outros “sintomas” que não valem a pena ser compartilhados, hehe. Com mudanças tão frequentes, eu achava que estava tudo bem com o desenvolvimento do bebê, mas não tinha certeza. Não tinha como ter certeza.

Com oito semanas, se eu tivesse feito um novo ultrassom, teria conseguido ver o pequeno (ou a pequena) e ouvir o coração. Mas marquei o novo exame pra uma clínica badalada da cidade e só consegui vaga pro dia 13 de janeiro, com 12 semanas. Foram noites mal dormidas, muita ansiedade e medo.

♥

Até que a médica colocou o aparelho na minha barriga, e ele estava lá, com perninhas, bracinhos e animadíssimo, se mexendo muito (só deu pra ver, não deu pra sentir ainda, porque ele é muito pequenininho, tem 5 centímetros)! Durante o exame, tudo certinho: tamanho compatível com a idade gestacional, osso do nariz ok, translucência nucal normal. Meu bebê tem três meses e está completamente saudável! Chorei o dia inteiro depois do exame e agora, escrevendo, choro de novo. É, realmente, um milagre e uma bênção.

Há dois meses, em vez de procurar uma cadeira cool pra minha penteadeira, pesquiso preços de poltrona de amamentação. Não faço mais compras imaginárias de moda, vou procurar inspirações de quartinhos de neném. Assisto qualquer coisa e choro – até com Modern Family! E tenho sono e sede e muito amor aqui.

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Alinne Rodrigues

Jornalista de feminices, apaixonada por moda plus size e arte independente. Produtora cultural e voz + synth na Subcelebs

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