Avisei que ia ficar meio monotemático por aqui esses dias. Mas é que a gravidez tá chegando ao fim, e tá difícil controlar a ansiedade. Preciso falar sobre bebês, preciso! Vi há umas semanas dois documentários bem legais e bem diferentes na Netflix: “O começo da vida”, que tá sendo bem comentado por todo mundo, e “A vida secreta dos bebês”, que era muito falado antes de “O começo da vida estrear”. Um não anula o outro, não substitui o outro. Aqui as diferenças:
O começo da vida
Lançado mundialmente no começo de maio e com algumas exibições especiais em Fortaleza, o documentário já está disponível na Netflix. Filmado no Brasil, China, França, Itália, Argentina, Estados Unidos, Quênia, Índia e Canadá, “O começo da vida” mostra a importância do amor na formação do ser humano, principalmente nos dois primeiros anos de vida.
A maneira com que nos relacionamos com esses bebês vai impactar diretamente no adulto que eles vão ser. As escolhas que fazemos, o tempo que dedicamos a eles. No geral, a lição que ficou pra mim foi que criança não precisa de coisas, criança precisa de amor, de cuidado.
E é incrível poder entender melhor como os bebês funcionam, de que forma eles absorvem e entendem o mundo ao redor deles, como testam a ação e a reação das coisas. O documentário também fala sobre o lado nada glamouroso da gravidez (me identifiquei muito e comecei a chorar de cara com uma mãe que falou que todas as chatices pelas quais passamos nas cerca de 40 semanas valem a pena só pra olhar praquela carinha e sentir o maior amor que se pode sentir na vida – lá vai a Alinne chorando de novo).
O lado da mãe que deixa de trabalhar pra se dedicar ao filho (discutem sobre o famoso “tempo de qualidade”, que diz que a criança fica feliz com pouca atenção, quando, na verdade, a criança não precisa só da qualidade, precisa mesmo é da quantidade), sobre a escolha das brincadeiras e dos brinquedos (Gisele Bündchen não compra os Skylanders pro filho, imprime a imagem na internet e dá pra ele um projeto criativo pra fazer, desenvolvendo cards de Skylanders e inventando brincadeiras com eles), sobre o papel do pai e da importância do conceito e cocriação, ainda tão novo na nossa sociedade patriarcal, machista, que acredita que o pai deve trabalhar fora e deixar a os filhos como obrigação apenas da mãe.
O filme traz muitos questionamentos, abre a mente pra muitas coisas e também nos dá tapas na cara e socos no estômago ao tratar de temas espinhosos como violência, drogas, abandono, pobreza e (a falta de) direitos humanos. Isso tudo mostrando histórias reais de famílias de diversas culturas, religiões, classes sociais e etnias.
Maravilhoso, pra ver e rever sempre.
A vida secreta dos bebês
O documentário fala das habilidades incríveis que o bebê tem, como saber nadar sem ser ensinado, impedir a entrada de água nos pulmões e não se afogar, como, por cirurgia, retirar metade do cérebro e ter pouquíssimas sequelas, já que os neurônios estabelecem novas conexões para sobreviver com qualidade. E vai contando casos de bebês extraordinários que passaram por situações pelas quais um adulto não sobreviveria, mas aqueles pequenininhos conseguiram.
Também são abordadas diferentes formas de aprendizado – da fala, da locomoção, da socialização. E é incrível a história dos gêmeos filhos de pais surdos que aprenderam a se comunicar com linguagem de sinais antes mesmo de aprender a vocalizar. Bem interessante!
O renascimento do parto
Esse eu deveria ter visto, mas não tive coragem ainda. Fala sobre como as cesáreas se tornaram a preferência em vários países, a realidade da violência obstétrica e por que o parto normal deve ser perseguido pelas mulheres. Eu já acredito nisso e não tenho estrutura pra entrar ainda mais nesse mundo das cirurgias desnecessárias. Como o meu parto ainda é uma incógnita (não contratei equipe, minha médica não faz parto normal e não tenho doula, então vou com a cara e a coragem pro plantão da maternidade), é um assunto que me deixa muito sensível. Vou parir sem esse mesmo, hehe.
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