Nesta última terça-feira (28), foi lançada aqui em Fortaleza, no Cantinho do Faustino, a programação oficial do Prêmio Nacional Dólmã, que acontecerá na capital cearense nos dias 27, 28 de fevereiro e 1 de março do próximo ano.
O prêmio foi idealizado pelo gerente de projetos e presidente do grupo Conforto Gastronômico Geraldo Guerra Junior, em junho de 2013.
A ideia surgiu após um estudo de mercado que identificou a existência de uma demanda reprimida a respeito de um modelo de premiação que, em um único momento, envolvesse profissionais de cozinha de todos os estados brasileiros.
No cenário da gastronomia, o evento representa a reafirmação, o reconhecimento e a valorização do trabalho e da dedicação dos profissionais que se destacam na área gastronômica e que contribuem para o aquecimento da economia brasileira.
Anualmente é possível através dessa ação reunir 3 chefs de cada um dos 27 estados brasileiros promovendo a rica troca de experiências, técnicas e conhecimento. Nesta quarta edição será o Ceará a sua sede, sendo antecedido por Amazonas, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.
Tive a honra de ser um dos chefs indicados ao Prêmio Dólmã em 2016 representando o Ceará, quando tive a oportunidade de conhecer o projeto. Em contato com a organização do evento através de Jane Alves, que o coordena aqui no Ceará, perguntei se já havia uma definição sobre a estampa da indumentária da edição cearense. Como não havia sido decidido ainda o padrão, estavam pensando em usar a arte das garrafas de areia como estampa.
Como não é um símbolo só do Ceará, tendo representações em todo o Nordeste, sugeri que fosse usado um dos ícones genuínos da arte cearense: a inspiração na obra do Mestre Espedito Seleiro para adornar a Dólmã do importantíssimo prêmio sediado no estado
Enquanto coordenador de Consultorias do Senac Ceará, apesar de paulista mas no Ceará há 10 anos, me tornei um defensor da cultura local não só pela gastronomia, mas com todos os elementos de artes e moda que compõem as riquezas cearenses.
Desta forma, lancei o desafio a uma das consultoras de moda da minha equipe do Senac, a competente Janaína Ribeiro, que de pronto atendeu e desenvolveu os desenhos como atividade junto aos seus alunos do curso de figurinista. A estampa que mais agradou, cuja inspiração remeteu fielmente a obra do mestre Espedito, foi a do aluno Adolfo Ivo. Ele usou as formas típicas da arte do mestre e as estrelas de couro típicas do cangaço como inspiração para seus desenhos com pespontos bem marcados tal qual a obra do Mestre Espedito.
Além da programação, a Dolmã oficial do evento produzida pela DAM fardamentos foi exibida ao público. O que nos deixou bastante envaidecidos diante da beleza e altivez da peça (falo por Janaína e Adolfo neste momento também) foi a receptividade do público presente.
Fico feliz em conseguir fazer a gastronomia na sua essência e raiz, promovendo não só os insumos locais, as técnicas, mas podendo reforçar a cultura e valorizar a arte regional transcendendo as panelas. A obra de mestres como Espedito Seleiro, dentre tantos outros, deve ser valorizada cada vez mais junto da macaxeira, da goma, da rapadura, da lagosta e dos demais ingredientes que caracterizam a culinária local. Assim a gastronomia se faz na sua plenitude reunindo não só as características alimentares, mas também a cultura, a arte e os costumes locais.
Beijos e até o nosso próximo encontro com a gastronomia temperada com algumas especiarias.
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