Nesse último fim de semana, começou minha oficina de sapato e, como prometido, vou contar pra vocês como está sendo essa experiência incrível.
Primeiro queria mostrar pra vocês o modelo que me inspirou, mas fiz algumas modificações: não será de couro, mas feito de tecido e solado de borracha, numa pegada mais vegana, como a própria marca Borandá já faz.
Chegando na oficina, que funciona na charmosa casa da Olga Moara, na Rodrigues Junior, ela nos entregou uma caixinha com todo o material que preparou para nós. Nela estavam a apostila da construção de um sapato, modelagem em papel do modelo de sapato que cada um havíamos escolhido, as formas de sapato, uma máscara para não nos intoxicarmos com a cola e nosso protótipo.
Entendendo as partes de um sapato
Quando vemos um sapato assim pronto, nem imaginamos quantas partes são necessárias para a construção daquele objeto. Cada modelo leva menos ou mais partes, mas realmente, não é bem simples quanto parece, até alma tem!
Corta, cola, costura
Como a oficina é bem prática, já começamos logo colocando a mão na massa, e a primeira coisa foi construirmos a palmilha. Aí começou o festival do “vai que cola”: cola palmilha de montagem na entressola, espera secar, cola o conjunto no courino que vai ser meu solado definitivo.
Enquanto a estrutura seca, vamos cortar o molde no tecido. Precisão é necessária demais nessa parte, pois estamos cortando o rosto e a estrutura que o deixará mais rígido, e aí vem mais cola, pois é assim que, no meu caso, eu quero meu sapato.
Essa parte é aquela que todo mundo vê e, por se tratar de um sapato artesanal e sob medida, tem que ser bem feito. Depois temos que costurar o rosto de cima no forro de dentro do sapato, depois temos quase uma estrutura pronta para começarmos a montagem na forma.
Constantemente temos que retornar ao molde e à forma do sapato que escolhemos, para checarmos se está tudo na medida, caso contrário temos que recomeçar o processo! Tive que recomeçar a palmilha, pois em um momento aparei demais e ficou menor!
Tudo isso me lembrou demais minha aulas de costura na faculdade, aos sábados 8 da manhã, minha professora Walkiria me mandando desmanchar o que tinha feito porque estava mal feito e que, apesar de ter sido a ressaca a me atrapalhar, hoje entendo que ela tinha razão e agradeço pela lição de que temos que ser mais caprichosas para a vida!
Claro que tudo que estou contando aqui pra vocês é como o meu sapato está sendo construído, pois escolhi fazê-lo todo em tecido, sem uso de couro. Mas para sapatos de couro, alguns passos podem mudar.
Depois de estar com todos aqueles “monstrinhos” (como eu fiquei chamando todas aquelas partes soltas do meu sapato), estávamos prontas para começar a montar o solado e o rosto na forma. O solado foi apenas preso na forma para podermos ajeitar o rosto, pois ainda faltam algumas parte para termos o sapato definitivo.
Tem que se puxar e esticar bastante o rosto para o solado para dar a estrutura certa sem folgas. A gente fica meio com medo de rasgar o tecido e o forro, porque temos que ir puxando e prendendo com tachinhas, numa habilidade que nem eu sabia que tinha.
Essa é a parte mais difícil até agora da oficina, pois temos que ir moldando o rosto num tira e coloca de tachinhas que deixou a cabeça dos meu dedinhos roxas, mas que valeu cada preguinho daquele pra ver o meu sapatinho já tomando forma.
Parece pouco, mas isso levou o dia de sábado e o domingo todo (ufa!). No próximo fim de semana tem mais. Volto pra contar tudo por aqui e espero mostrar o resultado final, mas, pra já, mostro um pouquinho de como está ficando.
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