Eu, o teste de gravidez e o coletor menstrual

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Foram mais de seis meses de espera, muitos (muuuuitos) exames e uma expectativa pra lá de alta. Afinal, eu estava diante de duas situações: ou o teste de gravidez (o tão falado beta HCG) dava positivo ou entraria na faca para tratar a endometriose. Foda, eu sei. E era só nisso que eu pensava.

Fiz o exame de sangue assim que saí da consulta com a médica, corri pra casa e fui direto para o computador. Vai que se solidarizaram com o meu desespero e disseram internamente: “vixi, bora testar logo esse sangue aqui, a póbi tá louquinha esperando”?

Enquanto o botão de f5 do computador pedia arrego, as coisas mais aleatórias passavam pela minha cabeça. “E se der negativo, como que eu vou me enfiar em mais uma cirurgia?”, “Se for negativo, vou esperar até o final do ano antes de entrar na faca”, “Desisto, quero mais brincar disso não. Não é pra ser!”, “Ok, não vou operar. Vou deixar acontecer naturalmente”.

Foi quando eu olhei pra mesa e vi uma sacolinha com alguns itens que eu tinha comprado há algumas semanas, depois de muito pensar (eu sei, eu penso demais). Era uma sacola transparente, meio fosca, mas com muita atenção dava pra perceber o conteúdo. Dentro dela tinham duas caixinhas: uma com meu coletor menstrual, que eu hesitei por muito tempo comprar para testar; e uma segunda com o copinho higienizador do coletor menstrual. E se…?

Desviei o olhar e voltei pro teste. “Em análise”, dizia a tela. É muita análise, minha Nossa Senhora! E mais uma série de pensamentos: “E se der positivo?”, “Pqp, um ano e meio sem beber!”, “E as viagens e passeios planejados?”, “Ferrou, não tenho dinheiro”, “Afff, mas vai ser um neném muito fofo e branquelo!”, “meu pai amado, talvez eu esteja grávida!”. Olhei para a sacola com o coletor de novo.

Não posso mentir… Estávamos há meses tentando engravidar e, quando eu estava diante de uma tela esperando o resultado de um exame que tinha grandes chances de dar positivo, eu comecei a pensar nas mudanças, nos gastos, na nova rotina. Nunca romantizei a maternidade, nunca imaginei que seria a coisa mais linda do mundo. Sempre fui muito racional e, dessa vez, não conseguia ser diferente.

Dias depois (ok, foram horas, mas a minha sensação era de que eu tinha passado três dias aguardando), o aviso de “concluído” apareceu na tela. Eu só pensava que, independentemente do resultado, algumas coisas iam mudar. E eu ia ter que pensar mais.

Cliquei, o Beta HGC deu 238,74 e eu não sabia o que sentir! Era um riso misturado com choro misturado com dúvidas misturado com vontade de gritar e de contar para todo mundo… Obviamente ainda conferi no São Google e liguei para a médica, para me certificar. A resposta dela?

Ainda sentada, olhei para o coletor menstrual e seu escudeiro, o copinho. Não vai ser dessa vez, amigos!

Em tempo: alguém quer comprar um coletor menstrual? heuehuehue

Larissa Viegas

4 comentários

  1. […] Peguei todos os resultados e levei para a minha ginecologista. Ao analisar tudo, ela informa: não tem nada que impeça nenhum dos dois de ter filhos. Se houver algo que esteja dificultando, é a endometriose. Mas a quinta-feira dessa consulta, no dia 2 de setembro, era também o quarto dia de atraso de uma menstruação pontual. Informei à médica sobre esse atraso após a notícia da possível necessidade de uma cirurgia de endometriose. Ganhei mais uma opção: estar grávida! E o resultado vocês já sabem, né? Podem (re)ler aqui também! […]

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