Moda: o crochet couture de Jô de Paula

17 de setembro de 2015

1940

Slow fashion. Produção local. Valorização dos profissionais envolvidos. Respeito. Materiais escolhidos com cuidado. Há muito mais embutido num preço do que descreve a etiqueta. Quanto vale uma blusa de R$ 20? O preço real é muito alto – contabilize apenas as longas horas de trabalho mal pago em condições ruins em todas as etapas do processo e já é possível começar a repensar nosso consumo.

Em Fortaleza, já tem um monte de gente pensando assim, tanto quem compra como quem vende (que ótimo!). E continuando com a lógica de produção bonita que ela já tinha como diretora criativa da Catarina Mina, a querida Jô de Paula lançou, em fevereiro, a própria marca ampliando as possibilidades do crochê.

As bolsas continuam sendo o carro-chefe de Jô de Paula. A produção é toda feita por artesãs cearenses, 100% hand made, vendida em seis estados e pela loja online pra todo o Brasil.

Mas para o verão 2016 ela foi além. Agora fazem parte do universo da Jô as roupas. Dá pra acreditar nesse body? E neste vestido branco maravilhoso? E no quimono coloridíssimo que abre a postagem?

As peças fazem parte da coleção de verão, intitulada “Metropolis”. Assim como no filme de Fritz Lang (futurista alemão incrível de 1927), a coleção propõe uma reflexão sobre as relações entre sociedade e trabalho, a modernidade e a rapidez robotizando as pessoas. O slow fashion não poderia estar tão bem representado.

“Metropolis” também faz referência às grandes cidades e suas formas arrojadas, contemporâneas, e o contraste bonito que toda essa arquitetura rígida faz com a singeleza do crochê. Artesanal é chique. A campanha foi fotografada pelo grande Silas de Paula, no Centro, inspirada na mais recente exposição do artista, “A cidade que nos olha”.