Modolo: Amélia é que era mulher de verdade, e Alfredo a amava!

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Eu amei os dois!

Tudo começa lá em 1913, quando o casal Amélia e Alfredo Farias que fundaram o sítio São Roque e deram início a uma linda família que já está em sua quarta geração administrando a propriedade e produzindo café de excelente qualidade.

Aproveitando o terroir da serra do Maciço do Baturité, mais especificamente em Mulungu, o café da linha Atelier 1913 que leva o nome dos fundadores é todo artesanal. Desde o plantio, colheita, torra, moagem, extração e degustação, conservam a tradição e os processos manuais. Estar acima dos 800m a altitude e o clima frio são essenciais para o desenvolvimento dos grãos da variedade arábica típica, e traduz um produto com aromas e doçura intensa, variações de acidez, corpo e sabores.

O meu primeiro contato foi um leve flerte com Amélia, que conheci de relance na degustação feita no Aimê (relatada na coluna da semana passada). Mas foi um encontro casual, rápido! Entretanto, na quarta-feira passada (06/12), o casal foi devidamente apresentado, junto a sua história, num jantar no O Mar Menino.

Ah, como foi lindo ver o orgulho do Sr. Gerardo Farias, com 92 anos, em ver os filhos e netos tocando o negócio da família e levando o café de grande qualidade para o mercado com tanta responsabilidade.

Sr. Gerardo Farias – patriarca e administrador do Sitio São Roque

O que mais encanta é que os dois produtos do Atelier 1913, Amélia e Alfredo, têm torras e expressividade de acordo com a personalidade e história do casal homenageado. O Amélia é um café com torra escura, que tem doçura e acidez equilibradas com as notas de frutas amarelas e chocolate. Representa toda a fibra, a força, o equilíbrio de uma mulher à frente do seu tempo.

Como se diz no interior:

Amélia era arrimo de famÍlia!

Já o Alfredo sonhava em ser um grande agricultor e logo tornou-se também senhor de engenho. Portanto em sua homenagem ele é representado por um café com torra média, acidez acentuada, corpo marcante e doçura equilibrada, com notas de caramelo e rapadura.

Identidade e embalagem maravilhosas assinadas pela Abracadabra

O jantar de apresentação desse casal que eu já amo foi, além de emocionante, um deleite perfumado de café. O chef Léo Gonçalves caprichou na harmonia dos pratos, mas o ponto alto do jantar foi a sobremesa. Uma mousse de chocolate com doce de leite e nibs de café (lascas de café crocantes e adocicadas) conferiu um crocante singular que encantou a todos.

Sobremesa com Nibs de Café do Chef Leo Gonçalves

Para coroar a noite, a barista responsável pela concepção dos blends Isabelly Giffony fez uma bela apresentação, mostrando detalhadamente como se faz uma boa extração para que possamos aproveitar ao máximo os aromas, sabores e a textura perfeita do café. Duas dicas básicas e importantes para uma boa extração:

  1. A água para passar o café jamais deve ferver para não queimar o pó
  2. Se você estiver usando filtro de papel, passe um pouco de água quente pelo filtro, isso para remover resíduos de celulose e aquecer os utensílios

Além dessa bela história traduzida em café, o Atelier 1913 criou uma maneira de você sempre ter esse fofo casal em casa. A partir de janeiro de 2018, através do site www.atelier1913.com.br, poderemos participar do Clube do Café do Atelier 1913, o primeiro clube de assinaturas desse tipo aqui no Ceará.

Ao se inscrever, o cliente escolhe uma assinatura que se encaixa com seu consumo pessoal (mensal, trimestral, semestral ou anual), o tipo de café que prefere receber – em grãos ou moído – e paga um valor fixo por mês. A cada ciclo, o assinante receberá em casa um kit com os cafés Alfredo e Amélia, além de  ter o acesso exclusivo a novos blends do Atelier 1913 e outros mimos e surpresas pontuais.

Tem como não se apaixonar por Amélia, como Alfredo se apaixonou e, por ele também?

Na verdade, me apaixonei por essas quatro gerações e pela forma com que colocam amor em cada grão que explode em perfume de história e tradição numa simples xícara. Quem quiser provar, em Fortaleza, os cafés podem ser encontrados no Aimê Café (Av. Barão de Studart, 2821) e no O Mar Menino (Av. Barão de Studart, 1043). Ou se quiser viver essa história pode visitar o Sítio São Roque, em Mulungu.

A beleza cênica encanta, assim como a receptividade do proprietário, Sr. Gerardo Farias, que faz questão de contar a história secular de sua família, uma das pioneiras no cultivo do café sombreado.

É possível agendar uma visita guiada, passando pelo cafezal, pelo casarão centenário e seu belo jardim, pela capela familiar, pela pequena fábrica de café e conhecer a sede do Atelier 1913, nova torrefação artesanal do Sítio.

Durante o passeio é possível degustar as delícias produzidas artesanalmente, o café, o pão caseiro, a torta de banana integral e os doce orgânicos marcas das tradições familiares.

Beijos e até o nosso próximo encontro com a gastronomia temperada com algumas especiarias.

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