Penélope faz 2 anos!

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Hoje amanheceu nublado, depois de vários dias seguidos de calor intenso aqui na Suécia – 33 graus, umidade baixa, sem vento, sem ventilador nem ar condicionado em casa. Ficamos de pijama até mais tarde, preguiçando agarradinhas primeiro no seu quartinho, depois na sala, vendo um dos seus desenhos favoritos, As Histórias de Om Nom, que você nem sabe, mas é o personagem de um joguinho de celular chamado Cut The Rope.

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Amanhã, minha filha, você faz 2 anos. Incrível como o tempo passou rápido e devagar depois que você nasceu. Não parecem 2 anos, porque parecem mil, de tão intensos. Mas também não dá pra acreditar que você, em tão pouco tempo, já vai deixar de ser bebê e se tornar criança (o status é tão oficial que nem vai mais poder viajar de avião no nosso colo, precisa de uma poltrona própria).

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Ano passado você já andava, mas não tinha um único dente na boca. Hoje tem quase todos – e os benditos “caninos” incomodando pra sair. Como uma esponja, foi absorvendo tudo o que ouviu ao seu redor. Entrou na escolinha com 1 ano e meio dizendo só “mamã” e “papa”, agora aumentou e aperfeiçoou vocabulário e pronúncia em português e também em sueco. O inglês continua nas músicas que ouvimos e em alguns programas.

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Te levar pro Brasil um ano depois de ter te tirado de lá foi um sonho realizado. São as nossas raízes, nossas referências, nossa cultura, nossa família. E como você ficou feliz! Parece que você sabia que ali estava em casa. Você é muito esperta, só pode ter percebido.

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Morando na Suécia, pudemos, eu e seu pai, te dar uma casa confortável, um quartinho cheio de brinquedos e até um escorregador pra brincar no meio da sala, quando era inverno. Também te demos idas ao parque, piqueniques, passeios de bicicleta e alimentos orgânicos.

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Mas o que eu queira te dar era uma festa de aniversário – afinal, você só tinha ido a aniversários quando ainda era muito bebezinha em Fortaleza e não tinha mais lembrança.

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Antecipamos a comemoração pro dia 30 de junho, porque era muito importante que seus avós, seus tios e seus primos estivessem lá. No seu primeiro aninho, a festa foi só de nós três – você foi rápida e experimentou o chocolate da cobertura do bolo sem a gente ver. Ainda não tínhamos casa pra morar (estávamos num apartamentinho temporário), não conhecíamos ninguém além de alguns colegas de trabalho do seu pai.

O seu segundo aninho precisava ser comemorado perto de quem a gente ama muito, e deu certo. Do tamanho certo, com a nossa cara, tudo colorido.

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Pesquisei referências, comprei decoração em Linköping e Fortaleza. Pegamos uma piscina de bolinhas emprestada com seu tio Alexandre, sua vovó Denise reservou o salão de festas e pegou carrinhos na brinquedoteca do prédio. Sua vovó Kátia emprestou mesinhas e cadeirinhas pro cantinho do desenho.

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No dia da festa, eu, seu pai e o tio Thulio, que foi de Recife só pra ver você, montamos tudo. Sua madrinha Keyta chegou depois e também ajudou. E como ficou lindo!

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O vovô Gilvan fez o famoso creme de galinha, o vovô Neto levou o karaokê. Tio Alexandre e tia Camila estavam viajando, na praia, com os primos Bernardo e Malu, e voltaram só pra ir à sua festinha.

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Tio Alysson e tia Jana levaram a prima Marina, e como você a amou profundamente desde o dia em que se conheceram!

Foram muitos amigos do papai e da mamãe e faltaram ainda muitos familiares (que encontramos dias antes ou dias depois, ainda bem!).

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Faltou também o seu padrinho, que mora em Sobral, precisou rebocar o carro no meio do caminho e depois o reboque teve de ser rebocado também. Mas ele foi te ver outro dia, e vocês brincaram muito! Ele te botou até dentro de uma caixa e te levantou pra tocar o teto, haha.

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Então, filha, já 2 anos longos-curtos que você transformou a minha vida, me tornou outra pessoa e me ensinou (e me ensina todo dia) tudo o que o amor é capaz de fazer. Amo você infinito, cada dia mais um montão!

Alinne Rodrigues

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