Acho que a grande maioria das mulheres que eu conheço, incluindo eu mesma, sofrem do desagradável efeito sanfona, aquele coleguinha transformador de corpos que, quando a gente menos espera, nos deixa carentes de peças que funcionem e nos faz ter ao mesmo tempo vontade de chorar e de tacar fogo no guarda-roupa. Não vou ser desonesta e dizer que mesmo no auge nos meus 34 anos, me sentindo uma mulher empoderadíssima e me amando muito, que essa flutuação corporal não me incomoda. É chato para car****. E apesar de estar com o peso pouco “marromenos” estável há alguns anos, eu ainda travo minhas batalhas com a balança.
Eu tenho muita variação de peso desde novinha. Fui uma criança magra, depois gordinha. Aí fiz regime, emagreci, mas uns anos depois, na época do vestibular, voltei a engordar. Durante a faculdade e na continuação da vida adulta o processo também foi bem parecido – um vai-e-vem constante de quilos na balança. E não preciso ir nem tão longe e falar de grandes variações ao longo de anos – quantas de nós sofremos com os inchaços provocados pelos nossos ciclos menstruais todos os meses? Não sei como é para vocês, mas aqui eu chego a variar até 2kgs, dependendo do “nível” que a minha TPM esteja naquele período específico.
O fato é que eu não sou formada em nutrição e em mais nenhuma área da saúde para ficar dando dicas de alimentação fit e exercícios físicos aqui para vocês. A minha formação foi em consultoria de estilo pessoal e nas chibatadas da vida, e o que eu resolvi fazer foi transformar os aprendizados que eu tive ao longo dos meus muitos anos de peso iô-iô num post com algumas dicas que podem ajudar a lidar com essas oscilações com menos desespero. Afinal, o peso pode até não parar de variar, mas as frustrações podem sim diminuir!
- Evite comprar roupas limítrofes. Sabe aquela calça skinny que você tem que fazer uma verdadeira coreografia para lacear e entrar? Ela não vai ser uma boa amiga nos seus dias de inchaço. Na verdade, se teve uma coisa que eu aprendi na vida, é que ter aquelas roupas que ficam no limite do apertado só faz causar ansiedade e mal-estar, pois você nunca sabe qual vai ser o resultado na hora que for vestir. Eu tinha uma mania terrível de fazer isso para me forçar a manter o peso, e não preciso nem dizer que NUNCA funcionou, né? Toda vez que eu vestia a calça e ela estava apertada, parecia que ela gritava na minha cara “VOCÊ ENGORDOU!”. Credo. Não desejo isso para ninguém.
- Procure peças que deixem o seu corpo mais “livre”. Vestidos soltinhos, saias que não colam, calças e shorts de modelagem mais frouxinha e com tecidos com elastano ou cós de elástico – essas peças vão ser suas amigas, pois elas vão “receber” as mudanças corporais com mais maleabilidade. No caso das de tecido plano, que talvez não estiquem, o melhor é optar por ter sempre 1 ou 2 dedinhos sobrando no cós, e ter um pouquinho de tecido a mais para abarcar (sem espremer) as coxas e o bumbum. Não precisa ser frouxona, só não precisa ser embalada a vácuo, sabe?
- Peças com gradação de “acochamento” também são amigas! Sabe vestido envelope, saia transpassada, calça estilo pareô, essas que nós mesmas graduamos e conseguimos deixar as amarrações um pouco mais soltinhas quando o inchaço bater? Elas também são ótimas de ter no armário.
- Pare de comprar peças que “não vestem tão bem mas tão uma pechincha”. Eu recomendo para TODAS as minhas clientes (e agora para vocês leitoras), que a gente somente PARE de comprar coisa que não vestem tão bem só por uma questão de preço. Gente, isso é uma furada! É maltratar a nossa sanidade e o nosso bolso. Na primeira flutuação corporal, ou até de humor, a gente vai vestir a roupa e vai ficar P da vida na hora que se olhar no espelho, pois todos os defeitos vão saltar. Aí depois essas peças ficam se acumulando e vem a sensação do armário cheio e nada para vestir. Parou de comprar coisas assim, talkey?
- Tenha pelo menos uma “roupinha do abraço”. Sabe aquela roupa que te veste super bem, você se sente linda e ela não fica espezinhando nada do seu corpo? Essa é o que eu chamo de uma “roupinha do abraço”. Meu sonho dourado de consultora (e também como mulher) era que todos os armários só fossem compostos de peças assim – mas eu sei que isso não é a realidade de muitas de nós, inclusive a minha. Eu tenho como uma missão pessoal ter um guarda-roupa inteiro que me veste bem, mas enquanto isso não aconteceu ainda, eu já tenho gravadinhas na minha cabeça as minhas roupinhas do abraço. E te juro: é maravilhoso conhecer aquelas pecinhas que te vestem com mais amor e deixá-las bem marcadas na sua cabeça. Porque na hora que a bad bater, mas a gente tiver que botar a cara no sol mesmo assim, é pra essas amigas que nós vamos recorrer.
É isso, mulherada. Sendo bem honesta com vocês, esse post todo poderia ser resumido em uma única dica: não pratique auto-sabotagem. Toda e qualquer roupa que te imponha limites e malabarismos não é uma roupa legal de ter no armário. Vamos parar para olhar para nós mesmas com mais carinho e buscar autoconhecimento? Só conhecendo quem nós somos de verdade é que poderemos agir de maneira menos impulsiva – o que inclui comprar aquela roupa que “é super tendência”, mas que só vai te maltratar. Nossa vida já é cheia de mudanças e percalços, e se tem uma treta que a gente não precisa a mais nessa vida é o nosso armário. Bora fazer essa amizade rolar!
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