Parto na Suécia: cesárea no país do parto normal

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Queria começar este relato dizendo que todo parto é normal, tanto o vaginal quanto o cesáreo. Mas como pouca gente chama parto vaginal, e o Google pode me punir por usar a palavra vagina logo no título, chamei o parto vaginal de parto normal mesmo. Agora se segura, que aqui vai meu longuíssimo relato de cesárea intraparto na cidade de Linköping, na Suécia. E já adianto que não foi nada, nada bonito.

Dia 1, 9 de agosto

A data prevista do parto do Otto tinha sido o dia 8. Torci muito pra que ele chegasse nesse dia ou antes, porque final de gravidez é puxado. Acordei no dia 9 com contrações doloridas e espaçadas. Era aniversário da minha mãe, e fizemos bolo e salgadinhos pra cantar parabéns às 11h da manhã, porque eu não sabia o que esperar daquele dia.

Umas 21h ligamos pro hospital pra pedir uma orientação. A enfermeira que atendeu disse que 6 minutos entre contrações ainda era muito tempo, que eu tomasse paracetamol pra ajudar na dor (kkkk) e só ligasse de novo se a bolsa estourasse ou se as contrações engatassem.

Às 22h30, senti uma contração mais forte e um líquido descendo. A bolsa tinha estourado. Fui ao banheiro e vi o tampão mucoso com uma cor muito escura, quase marrom, e o líquido amniótico, que estava… verde. Ligamos de novo pro hospital, e a enfermeira mandou a gente ir correndo pra lá. Eram 23h, e a saga estava só começando.

Bolsa rota e mecônio

Entramos direto em um quarto de parto. Aqui cada pessoa fica num apartamento, que é todo equipado pro parto. O atendimento é feito pela equipe de plantão, sendo três equipes por dia. Quem acompanha tudo são as enfermeiras obstetrizes e assistentes, e os médicos só aparecem em momentos pontuais. Quando fomos admitidos, a enfermeira da noite falou pra gente que o tampão de cor escura podia não significar nada e que o líquido verde era mecônio (como se chama o primeiro cocô do bebê).

Disse que era comum o bebê fazer cocô na barriga e que isso poderia ser sinal de sofrimento fetal ou apenas que o bebê tinha atingido maturidade intestinal, por isso a monitoração dos batimentos cardíacos precisava ser feita. Colocaram um aparelho na minha barriga, e Otto estava muito bem, tudo normal, mas a partir dali a gente precisaria ficar internado e sob observação. Disseram que a bolsa estourada traria risco de infecção, por isso não iriam ficar fazendo exame de toque e que a situação não era inicialmente perigosa, mas que não queriam esperar muito pra ele nascer. E que era pra eu descansar, porque iria precisar de energia pro parto vaginal que havíamos planejado. Assim eu fiz.

Dia 2, 10 de agosto

A terça-feira chegou com muita expectativa. As contrações que eu estava tendo praticamente haviam parado. A todo instante vinha alguém checar os batimentos do Otto e trazer comida, mas ninguém me atualizava sobre o que iria acontecer. Já depois do almoço, estava tão ansiosa e preocupada que tive um ataque de pânico, e foi quando finalmente chamaram a médica pra conversar comigo. Já estava há mais de 12 horas internada, nada de o trabalho de parto começar, nada de plano de indução, nada de esclarecimento sobre riscos pro bebê.

Tudo o que eu não queria era ficar só esperando uma situação de emergência acontecer e precisar correr pra cesárea. Entender o que acontecia e quais eram minhas opções era essencial pra eu manter a sanidade naquele quarto. A médica disse que não estava preocupada, que mulheres são super-heroínas (kkkkk) e que estavam esperando pra ver se eu entraria em TP espontaneamente, senão a ideia seria mesmo induzir, pra acelerar o nascimento.

Aqui na Suécia, o protocolo para mulheres gordas é fazer anestesia epidural logo que se chega ao hospital. Isso porque a gravidez e o parto são considerados de risco, então ter a anestesia pronta facilitaria num caso de cesárea de emergência. A médica ficou de chamar o anestesista durante a tarde, pra que o processo de indução pudesse começar.

A chegada da anestesia que deu errado

Já passava das 3 da tarde quando o anestesista chegou: “Oi, eu sou o anestesista e vim do céu com a sua epidural”. Muito simpático, experiente, começou com uma anestesia local nas costas. Por esse ponto, ele introduziu um catéter ao longo da coluna e puxou um acesso, como o que colocam na mão quando a gente vai tomar soro, pra que, na hora que a dor começasse a apertar, ficasse fácil de adicionar a anestesia quantas vezes fossem necessárias. Foi uma das coisas mais horríveis que senti, dor, gastura, desconforto. A cânula nas costas me impedia de me mover livremente (e sentar, deitar, me encostar) sem sentir dor.

Sabe tortura chinesa, aquela que fica uma gotinha de água pingando por horas e horas em um mesmo ponto até a pessoa enlouquecer? Me senti assim.

(Fun fact sobre o anestesista: ele disse que já foi várias vezes pra Portugal de férias e sabe falar uma palavra em português: bacanal, que ele explicou pra colega se tratar do nome de um peixe)

O início da indução

Com a anestesia (teoricamente) no lugar, chegou a hora de começar a indução. Como eu tinha pouquíssimas contrações, 1,5cm de dilatação e colo do útero ainda muito alto e muito grosso, o primeiro passo foi colocar prostaglandina. O hormônio em formato de comprimidos aqui na Suécia vem dentro de uma espécie de envelope de papel, que foi inserido no colo do útero, pra ajudar a afiná-lo e amolecê-lo. A ação é lenta e, depois de 24 horas, o esperado é que além de preparar o colo, ele também aumente a dilatação em… 1 centímetro. A aplicação também foi horrível, parecia que a enfermeira estava me lixando por dentro, enquanto procurava a posição ideal. 

As contrações aumentaram um pouquinho, ainda muitíssimo longe do TP ativo, mas incômodas. Também me incomodavam a prostaglandina e o tubo da anestesia. Só consegui dormir porque me deram um remedinho à base de morfina que, além de ajudar nas dores, era um belo de um sossega-leão.

Dia 3, 11 de agosto

O grande dia começou com uma carta de alforria: mesmo com a bolsa rota e o perigo de infecção, fui autorizada a sair do quarto pela primeira vez e caminhar pelo hospital. Usei uma espécie de andador que eles têm lá pra isso, porque, apesar de ainda não estar operada nem recém-parida, era difícil e sofrido andar com a parafernália.

Depois do almoço, a enfermeira conversou com a médica, e decidiram tirar o envelope de prostaglandina antes das 24 horas completas, porque “se não tiver ajudado em nada ainda, não vai ser nas próximas duas horas que vai”. De fato, não tinha ajudado nada. 

Ela, a ocitocina, e o eletrodo

O próximo passo pra indução seria usar o método de Krause, no qual um balão é inserido no útero para simular a cabeça do bebê e ir agindo mecanicamente na dilatação. É o método adequado pra quem já tem cicatriz uterina (meu primeiro parto foi cesárea), mas a equipe achou melhor pular direto pra ocitocina (que eu usei no primeiro parto e também não ajudou). Topei. O hormônio foi sendo colocado aos poucos, aumentando gradativamente a dosagem e as contrações. 

Estava intenso, começou a doer, mas eu tinha uma auxiliar de enfermagem me dando apoio (quase como uma doula) e até me dando um picolezinho na boca entre uma contração e outra. Colocamos nossa playlist pra tocar, e o clima era de muita animação e expectativa. Enquanto tudo isso acontecia, eu tinha um aparelho na barriga pra monitorar os batimentos do Otto – sim, eu ainda estava liberando líquido verde, ele ainda estava no meio do próprio cocô –, e, com o aumento das contrações, o aparelho não media direito.

A solução: colocar um eletrodo na cabeça do bebê, ainda dentro da barriga. Mas como eu ainda não estava em TP ativo, o colo ainda estava grosso, eu não tinha dilatação, e o bebê estava alto, doeu DEMAIS a tentativa de enfiar isso dentro de mim. 

Gás hilariante, esse grande amigo da onça

Durante o parto, um dos métodos de alívio de dor mais utilizados aqui é o gás hilariante. Quando vinha a contração, eu aspirava várias vezes até me sentir tonta, aí parava. É muito legal – principalmente depois de 9 meses sem um drinkzinho – e realmente distrai da dor, e foi com ele que encarei a inserção do tal eletrodo útero adentro. A diferença é que fiquei vários minutos respirando direto e gritando e chorando até terminarem o processo, e quando se fica muito tempo respirando o gás, ele deixa de ser legal e passa a ser angustiante.

Eletrodo no lugar, eu tinha agora dois cabos saindo de dentro de mim, o que acabava me prendendo à cama em uma única posição, sentada. Mas o TP estava apenas começando, quanto tempo eu ainda teria de ficar assim?

A anestesia, de novo

Finalmente a anestesia epidural, que não ajudou na hora da colocação do eletrodo, seria conferida. Chamaram uma anestesista pra ver o que estava acontecendo, e ela, quando viu a instalação nas minhas costas, reparou que estava mais acima de onde deveria. Aí fez um teste muito simples pra saber se estava funcionando ou não: passou um algodão molhado com álcool na minha barriga e depois na perna e perguntou se eu sentia frio do mesmo jeito. Sentia. E aí veio o golpe mais duro de todos até então, o tubo foi colocado no lugar errado, e a anestesia simplesmente não estava funcionando. 

Pra epidural pegar, teriam de retirar o tubo e reinseri-lo no lugar certo, um pesadelo. Falei que não queria, que preferiria ir logo pra cesárea, porque estava dando tudo errado, eu e Otto corríamos risco de infecção, e a qualquer momento os batimentos dele poderiam cair, e a gente precisar correr pra cirurgia de toda forma. Disseram que, se os batimentos caíssem, iriam ainda tirar uma amostra de sangue da cabeça dele (ainda dentro da barriga) pra conferir se ele estava sendo prejudicado ou não.

Nesse ponto, eu só conseguia pensar que essa busca pelo parto vaginal a todo custo não estava funcionando pra mim. O que eu sentia era que a equipe só estava esperando alguma coisa dar muito errado com o bebê pra finalmente fazer uma cesárea emergencial e muito dramática.

A anestesista disse que, mesmo que eu fizesse questão da cirurgia, ela gostaria de uma chance de refazer o tubo da epidural, porque a epidural no lugar certo me ajudaria muito a continuar tentando o parto vaginal e, caso fosse necessário, ela também iria funcionar para a cesárea. Não permiti. Igor perguntou se havia alguma garantia de que a anestesia seria colocada no lugar certo da segunda vez, e a anestesista disse que não, que quando a pessoa tem IMC alto, é mais difícil de acertar. 

(Aqui preciso dizer que nenhuma vez que fiz exame de sangue aqui foi tranquila, sempre fui furada várias vezes porque nenhuma enfermeira acha a veia de primeira. No Brasil nunca passei por isso. A desculpa é sempre o IMC, o braço gordinho que esconde a veia. Mas minha amiga que também estava grávida e é magra também sofria pra tirar sangue. Que diabos acontece aqui? O que essa galera tá estudando e como pratica as habilidades e competências?)

A hora da revolta

Aí eu me decidi. Chega de ser furada, cutucada, violada. Pra mim, o processo todo já estava muito violento, e ele poderia durar ainda mais 10, 12 horas, facilmente, ou mais. O que aconteceu com “não queremos esperar muito” diante da bolsa rota e o mecônio? Já eram três dias no hospital, correndo riscos, me sentindo um rato de laboratório sendo submetido a experimentos que não funcionavam. Disse que queria ir pra cesárea, porque depois de tudo isso, o TP ainda nem tinha começado, ainda eram só 3 cm de dilatação. 

Se no parto da Penélope eu me senti pressionada a fazer uma cesárea, no do Otto eu me sentia pressionada a insistir no parto vaginal. Se na primeira vez eu me senti frustrada e derrotada, agora eu me sentia poderosa, fazendo uma escolha e lutando por ela.

Tentaram me convencer a não fazer a cirurgia informando sobre os riscos e, entre eles, estava o perigo da anestesia geral. Rebati dizendo que a anestesia não precisa ser geral pra cesárea, só peridural. E aí, quando finalmente fui pra sala de cirurgia (chiquérrima, parecia coisa de cinema, todo equipado, time enorme), entendi tudo. Em Linköping não são feitas cesáreas eletivas, apenas emergenciais. Uma cesárea intraparto, como estava sendo a minha, quase nunca é o caso. E emergencial é caso de vida ou morte, que não dá tempo de fazer peridural, eles só nocauteiam a mãe com a anestesia geral e tiram o bebê (minha amiga teve descolamento de placenta com 34 semanas e foi assim com ela). 

O teto da sala de cirurgia

O que aconteceu comigo foi que, na hora de dar a peridural, a anestesista não conseguiu encontrar o lugar certo – sim, a mesma que queria refazer a minha epidural e disse que não garantia acertar. Aí ela chamou um colega pra fazer. O colega furou em três lugares diferentes até acertar o ponto certo (na cesárea da Penélope, o anestesista foi certeiro, rapidíssimo, e a sala era bizarra, meio escura. Quando falta o equipamento, sobra na competência).

Nasceu! E tomou leite artificial antes do materno

Finalmente a cirurgia começou, foi tudo tranquilo, e Otto nasceu com Apgar 9, muito, muito bem, com o corpinho coberto de cocô. 

O bracinho sujo de cocô

Passei três dias internada num quarto com cartazes falando sobre a hora de ouro e como é importante colocar o recém-nascido no colo da mãe, todos os passos instintivos até mamar etc. Tudo lindo. Mas depois da minha cesárea, só colocaram ele perto de mim pra tirar foto, e ele seguiu pro quarto com o pai enquanto eu era costurada.

Depois o Igor me contou que ele estava chorando muito, e a enfermeira perguntou se eu pretendia amamentar, e ele respondeu que sim. E ela trouxe fórmula pra dar pra ele, porque iria demorar ainda pra eu ser liberada da sala de cirurgia e da sala de recuperação da anestesia. Um absurdo! 

A lavagem de roupa suja

Ficamos ainda dois dias no hospital, e no último dia fomos chamados pra fazer uma avaliação da experiência do parto. Queriam que eu desse uma nota. Eu não consegui nem pensar numa nota de tão furiosa que eu estava. Falei todos os absurdos que passei, dos erros médicos, da incompetência geral dos profissionais, da falta de transparência no processo (toda hora eu só ouvia “Eu não estou preocupada, o bebê está ótimo”), de como me senti violada e violentada e, claro, do abuso final de não ter ficado com o Otto nas primeiras horas dele.

Segundo a obstetra, isso aconteceu porque os cirurgiões não podem ficar responsáveis pelo bebê enquanto finalizam o procedimento, e a enfermeira, que seria essa figura, provavelmente foi chamada para outra coisa. Se o bebê ficou com o pai no quarto, e lá o pai era o responsável, que diferença faria estar em outro ambiente com a mãe e o pai? Tudo errado, parece que estão se lixando pra quem faz cesárea, como se não fosse válido. A diferença no tratamento era bizarra, tanto que virou piada pra gente. Logo depois que o bebê nasce, os pais tradicionalmente recebem um fika (lanche) pra comemorar: vem numa bandeja fofinha, com uma bandeira da Suécia, sanduichinhos e tal. Pra gente não teve nada. O nascimento que não é vaginal não interessa.

Conclusão

Adoro a Suécia, acho lindo haver um sistema de saúde universal público e quase gratuito (paguei 100 coroas por cada noite de internação, ganhamos todas as refeições, todos os remédios necessários, procedimentos etc.), acho sensacional o estado de bem-estar social, mas não sou boba. Sei que o percentual de partos vaginais alto é relacionado a um IDH alto, a uma imagem internacional muito bonita, e é por isso que eles não poupam esforços nem tecnologia nem dinheiro pra garantir que o máximo de partos seja vaginal – mas não ligam muito pra se é humanizado.

Sim, pode ser o melhor pra mulher e pro bebê, mas nem sempre vai ser ideal. Pra algumas vai ser “dance até o bebê nascer”, pra outras, não vai ser tão fácil. 90% das mulheres entra em TP em 24 horas de bolsa rompida, eu estava nos 10%. Segui todos os passos propostos pela equipe em busca do meu parto vaginal, mas meu coração dizia que era melhor ter o bebê nos braços enquanto ele estava bem do que esperar ele ficar mal. A luta deveria ser pelo parto adequado, não por uma ou outra via de parto, ainda mais ignorando totalmente a mãe.

Bati de frente com todos, enfermeiras, obstetras, anestesistas, lavei roupa suja e, diante do parto traumático e cheio de erros que tive, me ofereceram pra conversar com a psicóloga do hospital, especializada em parto (tenho minha própria psicóloga, dispensei a deles). Disseram que sentiam muito, que esperavam que essa má experiência não interferisse na minha vontade de ser mãe novamente e que, se eu quisesse, o parto seria cesáreo agendado, porque com duas cicatrizes uterinas, o risco de rompimento no útero é alto. 

É possível fazer cesárea eletiva na Suécia?

Sim, é possível. Além dos indicativos absolutos de cesárea, o medo do parto é um motivo aceito pelo sistema de saúde. Claro que não facilmente. Logo no início da gravidez, a mulher é perguntada sobre via de parto, como ela se sente e, caso haja esse medo, ela é encaminhada pra um grupo de apoio psicológico pra tentar superá-lo. Se ao final da gestação ele continuar, a cesárea eletiva é marcada. Isso para Östergötland, a região onde moro. O sistema de saúde é único, mas as regras mudam ligeiramente de região pra região. 

Outros fatos sobre gravidez na Suécia

  • O aborto é legal e pode ser realizado até a vigésima semana. Ele inclusive é mencionado como uma opção para mães de bebês com alterações genéticas mais comuns como síndrome de Down, por exemplo. Se a mulher receber esse diagnóstico e decidir prosseguir com a gravidez, há suporte psicológico e grupos de apoio com gestantes na mesma situaçao. 
  • A gravidez é totalmente acompanhada por enfermeira obstetra (barnmorska/midwife), que fica em contato com a obstetra se algo sai da rota esperada e, caso necessário, agenda uma consulta médica. Médicos só entram em cena quando há doença grave envolvida, e o mesmo acontece no parto, que é todo comandado pelas enfermeiras especialistas, com a obstetra por ali, pra dar um suporte em casos mais complicados.
  • Cada consulta médica e exame tem valor simbólico cobrado de 200 coroas, mas, para a gravidez, tudo é gratuito: consultas, ultrassons, papanicolau, exames de sangue, tudo o que for preciso. O parto também é gratuito, sendo cobrada apenas uma taxa de 100 coroas por noite de internação e inclui, antes do nascimento, refeições para mãe e, depois do parto, para mãe e acompanhante. 
  • Nas minhas duas primeiras consultas, respondi questionários que incluíam perguntas sobre saúde mental e segurança no ambiente doméstico. É oferecido acompanhamento psicológico gratuito na gravidez e, em caso de a mulher estar em uma relação abusiva e não se sentir segura em casa, o estado pode intervir e ajudar.
  • Nada é perfeito, nenhum país, nenhum sistema de saúde.

No fim de tudo, encontrei no parto do Otto a cura que precisava: eu achava que o parto da Penélope tinha sido violento e desumano, agora eu acho que foi muito bem feito, com uma equipe muitíssimo competente e que sabe se virar muito bem com poucos recursos disponíveis. Mais do que nunca, confirmei que “it’s the dude, not the machine” (é a pessoa que faz, não o equipamento). No primeiro parto me senti derrotada. Agora, com a mesma via de parto, me sinto vencedora. Eu e meu bebê incrível.

Alinne Rodrigues